Shofar (do hebraico שופר shofar ) é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Para os judeus, o shofar não é apenas um instrumento "musical". É um instrumento tradicionalmente sagrado.Na tradição judaica, lembra o carneiro sacrificado a Abraão no lugar Isaque.
Nos tempos antigos, o shofar era usado em ocasiões solenes. A palavra shofar é mencionada pela primeira vez em conexão à Revelação Divina no Monte Sinai, quando "a voz do shofar era por demais forte e todo o povo do acampamento tremeu". Assim, o shofar no ano novo judaico tem o dever de lembrar aos judeus suas obrigações para com seu serviços religiosos.
O shofar também era tocado durante as batalhas contra inimigos perigosos.
O shofar é feito de um chifre de animal casher (considerado limpo). Qualquer chifre podia ser usado para o shofar, exceto vaca ou touro, pois estes chifres são chamados em hebraico de "keren" e não shofar, e também porque seu chifre poderia remeter ao Bezerro de Ouro que os filhos de Israel fizeram no deserto, ao deixarem o Egito.
Geralmente, e de preferência, o shofar é feito de um chifre de carneiro, em memória do carneiro que foi oferecido em lugar de Isaque, que permitiu-se ser atado e colocado sobre o altar como um sacrifício a Deus.
O toque do shofar é um mandamento da Torá. É um preceito como todos os outros da fé judaica.
Os evangélicos tem trazido o uso do shofar para dentro da igreja. Além de não ter nenhuma base bíblica para o uso do shofar na igreja, não há nem sombras, nem alusão deste instrumento sendo usado ou mesmo mencionado no Novo Testamento. Isso prova que esta tradição não foi aderida pela igreja nem como liturgia, nem como “sinal profético” como quer os mentores da idéia do shofar entre os evangélicos.
Pior é a idolatria resultado desta prática. Dentre elas temos:
• Não pode por o shofar no chão;
• O Shofar só pode ser tocando por uma pessoa;
• Somente um ministro de louvor ou o Chamado (Levita) pode tocar o shofar;
• Que o som do Shofar faz cair na unção;
• Deus vai nos usar para tocar o shofar e clamar o arrependimento ao povo e profetizar seu Reino aqui na Terra;
• O shofar tem um significado profético para clamar Arrependimento, Ajuntamento e o Reino do Senhor.
Diante de afirmações infundadas biblicamente só podemos lamentar o estado da igreja “evangélica” brasileira.
Dentro do princípio evangélico não há espaço para a prática do shofar pelas seguintes razões:
1. É uma tradição judaica e a igreja nada tem a ver com tais tradições. Israel é uma coisa é Igreja outra coisa;
2. A igreja do NT não fez uso dele nem recomendou como regra ou preceito;
3. Se quisermos ver no shofar um sinal, o fato dele ser feito de um chifre de carneiro e na tradição judaica lembrar o cordeiro oferecido no lugar de Isaque, outra coisa ele não pode representar se não Cristo, o Cordeiro de Deus “que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29), logo o shofar da Igreja é o próprio Cristo;
4. O toque do shofar não tem simbolismo profético pelo seguinte:
a) Não existe uma classe de sacerdotes autorizados a tocar o shofar na igreja do NT, uma vez que somos “povo sacerdotal”;
b) Não existe levita no NT, “levitas” é exclusividade do culto judaico. Dizer que ministro de louvor hoje são os levitas do AT é forçar o texto bíblico e a própria história;
c) O toque do shofar é usado contra o “inimigo”. Paulo afirma que foi o sacrifício de Cristo que expôs “publicamente nossos inimigos”, não o som de um instrumento;
d) O toque do shofar traz unção. A unção só é proveniente do Espírito Santo. Fora disso é magia e feitiçaria;
e) O toque do shofar clama ao povo para o arrepedimento. Jesus declara: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15);
f) A Grande Comissão não diz para tocar o shofar, mas para pregar o evangelho do arrependimento a toda criatura;
g) Não existe significado mais “profético” do que o anúncio do evangelho de Cristo!
Quando analisamos os fundamentos do uso do shofar na igreja nada mais resta senão um chifre de carneiro com um som esquisito sem soprado por um sujeito mais esquisito ainda.
Se quiserem tocar o shofar como um sinal de tolerância ou apreciação cultural de outros povos; beleza nada a haver. Ou mesmo se querem introduzir na liturgia instrumentos outros, também não temos que questionar nada, até porque no mundo globalizada nada mais é de ninguém, tudo é muito comum, porém não venha com engodo para fazer mais tapado o pobre ‘crente’ que já nem sabe que religião ele pratica.
Pastor Pedro Rocha
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