segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NA MINHA CASA TEM ÁRVORE DE NATAL. E NA SUA?


Quando cheguei à igreja, na minha adolescência ainda, os crentes comemoravam o natal com dramatizações, poesias, músicas e, sobretudo com enfeites natalinos, dentre estes estava a tão “demonizada” árvore de natal.

Passado os tempos os crentes não sei por que carga d’água de repente descobriram que é pecado, é maldita o pobre pinheiro natalino. Coisa do “demo”.

Assim os filhos dos novos crentes jamais aprenderam a linda música “noite feliz”, nem puderam admirar ou curtir o enfeite de uma árvore de natal, conseqüentemente o mistério da encarnação também não é lembrado neste dia.

Dizem que a árvore de natal é pagã. Ora, Lutero entre os Protestante foi o primeiro a enfeitar uma delas para demonstrar aos filhos como ficou o céu na noite do nascimento do Filho de Deus.

Não sei por que esta fobia ou esta perseguição contra a árvore de natal. A Bíblia sempre usou a figura da árvore para transmitir seus mais sublimes e às vezes complicados mistérios. Por exemplo:

1. Para explicar a origem do pecado, lá está a “árvore do conhecimento do bem e do mal”

2. Tem querubins com espada inflamante guardando a entrada para a “árvore da vida”

3. Na visão de Ezequiel a água que sai debaixo do templo sara as águas e faz brotar as árvores, num símbolo do ressurgimento da nação eleita;

4. Na praça da nova Jerusalém tem uma árvore que alimenta e cura as nações com seus frutos;

5. E foi de uma árvore que fizeram o tronco da crucificação do Homem-Deus.

Ora, poderíamos encher esta e outras páginas com a metáfora da árvore nas Escrituras, os escritores fizeram farto uso dela em seus ensinos.

A didática da árvore natalina também vai longe. Podemos utilizá-la para uma lição de meio ambiente, como uma lição de prosperidade tão em alta entre os novos irmãos, e outras formas além do enfeite é claro.

Mas se a árvore de natal é paganismo, neste mês eu sou pagão, enfeitei um coqueiro no jardim de minha nova residência. Mas se isso é paganismo estou de mãos dadas com os pagãos evangélicos, por exemplo:

1. Também acho que é paganismo ter um punhado de terra de Israel para efeitos de consagração;

2. Também acho que é paganismo ter um pouco de água do Jordão para efeitos de aspersão;

3. Também acho que é paganismo ter uma “toalhinha” do Apóstolo Valdomiro;

4. Também acho que é paganismo ter o sabonete da “purificação” do R.R. Soares;

5. De igual modo é paganismo ter a rosa do “descarrego” do Macedo;

Em suma somos todos pagãos e não sabemos, e se sabemos nos defendemos entrincheirados em nossas hermenêuticas fajutas e descomprometidos com a mensagem do Encarnado.

Mas graças a Deus somos pagãos amigáveis; eu como na mesa deles e eles tomam o cafezinho em minha casa admirando ou “amarrando” a minha árvore de natal.

Pedro Rocha.

Esta reflexão do pastor, ex-professor (mas sempre nosso mentor), e amigo pessoal Pr. Pedro Rocha, é a mais pura realidade para os dias de hoje. Ter uma árvore de natal em casa e mostrar a nossos filhos o verdadeiro sentido do natal, mostrar como ficou o céu com  nascimento do Filho de Deus; Que mal há nisto? Eu por sinal, só vejo Bem! Comungar com familiares, dar presentes aos filhos e sobrinhos, com relação aos presentes, poderia alguém dizer que se é a comemoração do nascimento de Jesus, ele quem merece o presente e que este presente nada mais é que ao invés de presentear meus filhos, eu devo dar o valor em dinheiro dos presentes a igreja, e desta forma estar presenteando a Cristo, mas posso garantir que 90% dos pastores que pregam este engodo, fazem com esta "oferta extra" as mesas de suas casas mais fartas no natal. 

Ora, mas qual foi mesmo a razão pela qual veio ao mundo o Filho de Deus, a saber, Jesus Cristo? Não seria exclusivamente para nos presentear com o dom gratuito da vida? Deus não nos agraciou com este presente, a morte de seu Filho na Cruz pagando em nosso lugar o castigo de que éramos merecedores e culpados?

 Então, por que não celebrar com minha família e presentear meu filhos mostrando-lhes por alusão o presente recebido da parte de Deus para remissão de nossos pecados? Pois em minha casa tem sim árvore de natal e espero que esta mensagem sirva a meus leitores para que façam o mesmo em suas casas, apresentado-lhes o verdadeiro sentido do natal. Mas na minha casa não tem rosa ungida, toalhinha, meia ungida, martelinho santo de "thor", sabonete, óleo, água ou terra de Israel, ou qualquer dos amuletos "sagrados" que a igreja tem usado nos dias de hoje, mas tem sim árvore de natal!

Não vou nem falar aqui sobre sair-mos nesta época para realizar as "boas-obras", pois isto já deve estar inserido em nosso contexto de vida como regenerados que somos, pois as boas-obras é um reflexo de nossa regeneração. Mas aos que por falta de meios físicos e dinheiro (pois este tem faltado a todos nós), é também uma boa hora para se reservar parte do décimo terceiro e ajudar a fazer sorrir uma criança, uma família... nosso semelhante...

NÃO! Eu não vou dar oferta especial para a igreja instituição, não vou dobrar meu dízimo, não darei o dízimo de meu décimo terceiro salário, antes, vou investi-lo em minha família e meu próximo e sei que é nestas atitudes que Deus se alegra!

SIM! NA MINHA CASA TEM ÁRVORE DE NATAL E NA SUA TAMBÉM DEVERIA TER...

Pense nisto,

Anja_Arcanja e Anderson




domingo, 27 de novembro de 2011

GRAÇA – POR BONO VOX


GRAÇA – POR BONO VOX






Eu nunca tive problemas com Cristo, mas os cristãos sempre me deram dor de cabeça. E eu costumava evita-los se pudesse. Eu sempre os achei completamente desinteressados culturalmente, politicamente. Achava muito difícil ficar à vontade com eles. Eles pareciam tão estranhos para mim, e estou certo de que eu era estranho para eles. 

E apesar de tudo isso eu encontrei algumas pessoas na escola que conheciam as Escrituras. Foi um momento bom, quando algumas pessoas se interessaram muito pela igreja primitiva e a possibilidade de imitá-la. 

Mas os cristãos podem ser muito críticos, e, particularmente quanto à aparência das pessoas ou o modo como tocam a vida. Eles têm a tendência de julgar as pessoas por seus problemas superficiais. Imoralidade sexual, essas coisas, são a preocupação histórica da igreja, enquanto que a avareza política ou coisas assim nunca são mencionadas. 

Estou bem certo de que o universo opera pelas leis do “karma” e que todas as leis físicas mostram que aquilo que você semeia é aquilo que você colhe. E aí a história da Graça entra em cena, que é de fato a história de Cristo e que vira essa visão do universo de cabeça para baixo. 

Ela é completamente contra-intuitiva. Quero dizer, é muito difícil para os seres humanos entenderem a Graça. Podemos entender a propiciação, vingança, justiça… Tudo isso pode ser compreendido, mas não entendemos a Graça muito bem. 

Estou muito mais interessado na Graça porque dependo dela, preciso dela desesperadamente. Se eu viver por meio do “karma”, estou com grandes problemas. 

Jesus foi como Charles Manson, um maluco total, ou, em minha opinião, foi quem ele disse que era [filho de Deus]. E estamos diante de uma escolha muito difícil. 

Porque esse homem foi para cruz dizendo que era aquele que havia sido anunciado e que era Deus encarnado e que Deus amou o mundo tanto que ele tentou se explicar ao mundo tornando-se um de nós? 

Bono Vox












via: Vivendo pela Graça

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

COMUNICADO SOBRE O BÁSICO EM TEOLOGIA QUE VENHO POSTANDO NESTE BLOG

Para não perder o foco e tentar manter um pouco ainda do que resta de individualidade em cada blog que tenho (já que cada um foi criado para tratar de assuntos diferentes, mas que acabaram se misturando), vou continuar as postando as apostilas em um único blog (pois tenho mais de um), as postagens com o básico em teologia terão continuidade no meu blog calvinista  "Pela Graça Somos Eleitos".

segue o link do blog

http://andersoneaeleicao.blogspot.com

Grato,

Anderson

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Epístola de Paulo aos Romanos condena os gays?



Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 
Romanos 1:26,27

Nos últimos dias tem-se feito um grande esforço para reforçar que a homossexualidade seja um pecado (subliminarmente se diz que seja maior do que os restantes pecados) e uma das passagens bíblicas mais utilizadas para reforçar isso no NT é a citada acima.



No entanto, ao olhar para o contexto da epístola aos 
romanos, veremos que a intenção da epístola não é condenar exclusivamente os homossexuais e sim demonstrar que todo homem está debaixo do pecado, necessitando da fé em Cristo para ser salvo.

No capítulo 1 Paulo diz que Deus se expressa tanto através da 
pregação  como através da sua criação, de modo que mesmo os que nunca ouviram uma pregação acabam tendo a oportunidade de reconhecer a Deus, ainda que como um “Deus desconhecido”.

Em seguida ele diz que por alguns rejeitarem conscientemente a Deus, Deus permitiu que se conduzissem por seus próprios desejos libertinos, entre eles o desejo bissexual e homossexual, entre outros desejos que visam apenas 
satisfazer seus desejos, sem amor e nem compromisso.

Importante ressaltar que aqui Paulo não se refere aos 
gays de nascimento , nem aos gays que assim se tornaram pela via de um trauma, mas aqueles que, sendo heteros, conscientemente escolheram viver essas experiências homossexuais também.

Digo isto, pois é impossível que se alguém tenha nascido gay, seja já entregue a tais 
desejos sem nem mesmo dizer se glorifica ou não a Deus.

Da mesmo forma, um trauma pode atingir tanto um descrente como um 
crente.

No entanto, além dos desejos devassos Paulo cita, em pé de igualdade, outros desejos ruins pelos quais o homem que rejeita conscientemente a Deus é levado e a maioria deles não é sexual:

Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis
sem misericórdia;Romanos 1:29-31 

Veja então que embora Romanos condene a devassos, também condena outros desejos, que alguns diriam mais “inocentes”, como desobedecer pai e mãe e até mesmo “ser sem misericórdia”.

De modo que ao tratar os gays sem misericórdia, muitos tem se posto na mesma condenação sobre a qual coloca o devasso.

PORTANTO, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. Romanos 2:1 


Concluindo, Romanos condena sim os devassos… e os “certinhos” também, pois quem quiser ser salvo por obras não pode falhar nunca.

A salvação está somente em crer em Cristo como Senhor e Salvador, essa é a diferença entre salvação e transformação de mente ou perdição e endurecimento dela.

Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da 
leiRomanos 3:28

Sugiro a leitura deste outro texto que é bem mais esclarecedor sobre o assunto: "Aqui"

Via: blog Roberto Soares

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A tríplice face do ódio da "igreja": mulheres - negros - homossexuais


O ódio primeiro: contra as mulheres
A organização aparece na história como característica fundamental e inseparável do universo e do próprio Deus. A ordem das coisas na terra, demonstram as burocráticas enumerações de Gênesis, reflete o planejamento da mente divina no céu. Dito de outra forma, as coisas são precisamente como deveriam ser.

Ao longo dos séculos, na mente da esmagadora maioria dos cristãos, esse estado inicial da criação tem representado uma espécie de intocável Idade do Ouro. Segundo esse modo de ver as coisas, Gênesis 1 e 2 estabelecem o conjunto de circunstâncias que encapsula a essência do que o cristianismo deve defender. Aqui estão, afinal de contas, a soberania divina, a singularidade da humanidade em relação às demais criaturas, a instituição da família e do casamento, o direito de domínio do ser humano sobre a natureza. O mundo como Deus o criou em Gênesis estaria dessa forma demarcado por “ordens da criação”, categorias muito precisas e muito fixas que cabe aos puros de coração defender, porque violá-las é devolver o mundo ao desfigurante e degradante caos que precedeu a iniciativa ordenatória de Deus.

Não mexa no meu queijo
É o argumento das “ordens da criação” que, ainda hoje, impede que mulheres sejam ordenadas ao sacerdócio ou ao ministério em igrejas cristãs de todas as estirpes. Em 1969, por exemplo, o sínodo da igreja luterana do Missouri legislou que “diante das declarações da Escritura que a mulher não deve ensinar ou exercer autoridade sobre o homem, entendemos que mulheres não devem assumir cargos pastorais ou qualquer outra posição que viole de alguma forma a ordem da criação”.

Afinal de contas, deixa claro o Apóstolo, é coisa vergonhosa que uma esposa fale na igreja; a própria Lei afirma que as mulheres devem ser submissas; Adão precedeu a mulher na ordem cronológica da criação; o homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem; o marido é a cabeça da esposa; a mulher veio do homem, e não o homem da mulher; o homem não foi enganado, mas a mulher deixou-se enganar pela serpente. A conclusão é clara: na hierarquia ideal da criação, que não cabe ao ser humano querer violar, a mulher é inerentemente subordinada ao homem. Almejar uma posição de igualdade funcional é arrogância e rebelião; é lutar contra as ordens da criação, ou seja, contra a integridade da tessitura mais essencial do universo.

O relatório do mesmo sínodo faz os seguintes esclarecimentos adicionais: “A ordem da redenção não deve viciar o relacionamento apropriado entre mulheres e homens estabelecido na ordem da criação”. “A unicidade do homem e da mulher em Cristo não apaga a distinção estabelecida na criação”. “A subordinação da mulher ao homem na ordem da criação é uma relação funcional dada pelo criador, que escolheu estruturar a existência em determinadas linhas”. “O casamento e o estado pertencem às ordens da criação”. “Deus é o criador de certos relacionamentos básicos que impedem a vida e a sociedade de degenerarem em anarquia”. “Paulo não queria que as mulheres transtornassem a hierarquia de funções estabelecida na criação, especialmente logo após a queda”. “A subordinação da esposa ao marido é parte da ordem da criação”. “A convicção do apóstolo é que a igreja não deve minar, mas santificar as ordens da criação”. “Paulo está decidido a defender a instituição do matrimônio como pertencente às ordens da criação, em que a renovação não é alcançada por meio de desordem e ruptura, mas pela observância e pela santificação da prática de autoridade por parte do marido e de submissão por parte da esposa”.

Assim, ao longo de dois mil anos de civilização cristã, as mulheres foram silenciadas e reprimidas, ao mesmo tempo em que eram acusadas (via Eva, de quem teriam herdado suas fraquezas) de serem culpadas por virtualmente todos os males que assolam a humanidade; foram perseguidas como bruxas, torturadas sem dó, separadas de suas famílias e queimadas publicamente; tiveram suas vidas legisladas, suas opiniões enterradas e direitos cerceados, mesmo nos nossos dias.

“Quem está pedindo o voto para as mulheres?”, quis saber Justin Fulton em 1869. “Os que amam a Deus e seguem a Cristo é que não são! A maior parte dos que reivindicam o voto para as mulheres repudiam a legislação do Céu e os prazeres domésticos, e deixam-se levar pela infidelidade e pela ruína”. 



O ódio segundo: contra os negros
Aplacados pela lógica da "ordem da criação", os cristãos conviveram pacificamente, ao longo de dezoito séculos, com toda forma de escravidão e preconceito de raça. A supremacia dos brancos sobre todas as outras raças havia sido, afinal de contas, estabelecida diretamente por Deus. Os negros, em particular, eram tidos como descendentes de Cão, o filho amaldiçoado de Noé cujo filho Canaã fora condenado a ser "servo dos servos de seus irmãos".

Com essa desculpa, a divisão racial fendeu por séculos países como os Estados Unidos e a África do Sul, com a devida sanção de seus líderes cristãos. "A escravidão foi estabelecida por decreto do Deus Todo-Poderoso", explicou Jefferson Davis, presidente da Confederação. "Ela é sancionada pela Bíblia em ambos os testamentos, de Gênesis a Apocalipse. Tem existido em todas as épocas, sendo encontrada entre os povos da mais alta civilização e nas nações de maior destaque nas artes".

Ao longo da história os cristãos que ousaram discordar da supremacia da "ordem da criação" tiveram de lutar contra a corrente da interpretação estática das Escrituras. Afinal de contas, o próprio Novo Testamento não oferece uma palavra de condenação à escravidão; ao contrário, em muitas passagens parece sancioná-la sem encontrar na questão qualquer dilema moral. Era muito difícil para os abolicionistas justificar biblicamente sua posição, enquanto que os escravagistas tinham (e ainda têm) dúzias de versículos para acenar em seu favor. Dispor-se a lutar pela abolição era, em grande medida, dispor-se a lutar contra Deus e contra a Bíblia.

Da mesma forma, os que advogavam pelos direitos das mulheres tinham de procurar uma agulha no enorme palheiro patriarcal e sexista que é o texto bíblico. Para cada momento em que Jesus é amigo das mulheres, há dez em que Paulo nos lembra de que Eva é quem foi enganada pela serpente.

Os anabatistas foram os primeiros a criticar escravidão, logo seguidos pelos quacres e os menonitas, mas foi John Wesley quem deu verdadeira forma e credibilidade pública à posição abolicionista.

Influenciado por Barth, Dietrich Bonhoeffer passou questionar diante dos teólogos nazistas toda a validade da sua argumentação. Para Bonhoeffer, o argumento das ordens da criação é falho porque pode ser usado para justificar virtualmente qualquer estado de coisas, por mais injusto ou arbitrário que seja. Para ele, as ordens do mundo derivam seu valor não de si mesmas, mas de Cristo, que é a nova criação e portanto a nova referência para todas as coisas. "Qualquer ordem”, enfatiza ele, “pode ser dissolvida e deve ser dissolvida quando deixa de permitir a proclamação da revelação".

Em todos os casos, os proponentes da graça, quando dispuseram-se a combater o preconceito, o racismo, o sexismo, o totalitarismo, a escravidão e o abismo entre as classes, tiveram de abraçar a Bíblia sem abraçar-lhe a letra. Não começaram, porque não é possível, negando o sexismo dos patriarcas e discípulos ou a sanção bíblica da escravidão. Como os profetas antes deles, tiveram de apontar para um sentido mais profundo e mais abrangente da mensagem bíblica, uma mensagem transversal fundamentada não na forma dos mandamentos mas no exemplo de Jesus – e na pressuposição de que não há exemplo mais cristão a ser seguido.
Porque em Jesus, se você acredita nele, fica tudo de repente muito claro. Em Jesus, Deus, e portanto a criação, toma partido dos desamparados e dos marginalizados.

O que há em Jesus é, essencialmente, uma crítica pungente a toda espécie de dominação, mesmo a que é feita em nome de Deus. Sua postura é, portanto, uma ameaça a todo conforto e a todo estado de coisas. Agora ele está pendurado na cruz, mas com o tempo sua mensagem alcançará e redimirá a condição de todos os pequenos deste mundo. Agora fecham-no no túmulo, mas graças a ele haverá no futuro um momento em que escravos, pobres, mulheres, crianças e gente de todas as etnias não terão mais de se envergonhar da sua condição.


O ódio terceiro e (por enquanto) último: contra os gays
Agora que você não pode mais contar piadas que ridicularizem os negros, agora que sua chefe ganha mais do que você, os preconceitos embasados no conceito das ordens da criação escolheram novos alvos.

São alvos mais fragéis e inesperados, e portanto mais adequados à predação neste momento da história. Hoje em dia, quando acenam com o argumento das ordens da criação, os cristãos estarão fatalmente condenando a conduta homossexual ou asseverando o seu direito de explorar os recursos do planeta.

Quando o relato de Gênesis deixa claro que Deus criou a mulher para o homem, o que pode haver de mais contrário à disposição inicial das coisas do que a união sexual entre pessoas do mesmo sexo? Se Jesus disse do divórcio que "no princípio não era assim", o que teria dito do casamento entre homossexuais?

Numa instância paralela, as ordens da criação são mencionadas pelos protestantes norte-americanos como credencial para explorarem até o sumo os recursos naturais da terra. Quem irá levantar-se para denunciar os abusos do homem contra a natureza, quando Gênesis assegura que Deus lhe conferiu pleno domínio sobre a terra? Como condenar os desmatamentos, a extinção escandalosa das espécies e o aquecimento global, quando a narrativa da criação esclarece que o homem foi criado para colocar o planeta sob sujeição?

Pelo que lêem em Gênesis, Deus não apenas deu ao homem carta branca para violentar a terra; deu-lhe essa missão.

A proliferação da união homossexual é vista como uma ameaça formidável à instituição da família – e a família é a ordem da criação por excelência, a unidade essencial que mantém no lugar os fundamentos do cosmos. Violar essa ordem primordial das coisas é tido como a forma mais abominável de rebelião; não apenas contra Deus (como se não bastasse), mas contra o próprio universo.

Como propõe Edward H. Schroeder em sua análise sobre a questão da ordenação feminina: se Deus permanece sendo o Deus Criador, como não concluir que as mudanças sociais ocorridas no tempo que nos separa de Paulo, mudanças que acabaram possibilitando o status igualitário da mulher, são obra do mesmo Criador? Como não concluir que foram mudanças sopradas na humanidade pelo exemplo singular e subversivo de Cristo? A obra do evangelho não estará derramando sobre o mundo seus inesperados desdobramentos?

“A consequência clara do evangelho,” observa Schroeder, “é que as ordens da criação são impermanentes. Com o tempo acabarão passando, juntamente com ‘o céu e a terra’”. A igreja não deve temer essa impermanência, porque “a própria igreja veio à existência através de um ato de violação.”

A escandalosa verdade é que a liga que sustenta o universo não é a família ou o casamento, mas a misericórdia, soprada por Deus e manifesta pelos homens. De um modo transversal o próprio Jesus demonstrou esse princípio quando explicou que “no princípio não era assim, mas o divórcio foi instituído por causa da dureza do coração de vocês”. Em outras palavras, ele está revelando que o divórcio foi instituído, incrivelmente, por uma vitória da misericórdia contra a ordem da criação. Está longe de ser uma solução ideal e não estava prevista na ordem original das coisas, mas é uma resposta da graça diante da irreversível complexidade da condição humana.

Desde a cruz a condição humana imergiu em muitas camadas adicionais de complexidade. Porém a misericórdia tem continuando a violar, de forma sistemática e sempre escandalosa, as ordens da criação. Quando a sua obra estará concluída? Talvez no momento em que cumprir-se por completo a profecia de Paulo, e em Cristo não houver mais judeu e grego, civilizado e bárbaro, escravo e livre, homem e mulher.

Pois o apego irresistível às ordens da criação é, essencialmente, o apego dos seres humanos (especialmente os do sexo masculino) às formas de dominação, como alternativa ao medo e ao sentimento de inadequação. Porque é sabido que os homens, que escreveram até recentemente toda a história, sentem que devem provar continuamente o seu valor, que pensam ser a mesma coisa que sua masculinidade. Se lutavam para manter o estado de coisas por meio de sexismo, do racismo e do nacionalismo é por que temiam instintivamente a competição das mulheres, dos homens de outras etnias e de outras nações. É pelo mesmo motivo que recusam-se a trocar o seu Hummer, que epitomiza tão adequadamente a sua masculinidade, por uma scooter ou um carro mais econômico. E, porque não querem ver a sua própria masculinidade de alguma forma colocada em cheque, lutam por um mundo em que não precisem testemunhar o beijo apaixonado de dois barbados ou (talvez pior) de duas mulheres. As ordens da criação acenam com um mundo seguro, em que todas as coisas tem o seu lugar, e é apavorante imaginar que possa ser diferente.

Enquanto isso o Filho do Homem, que morreu virilmente na cruz e procura nos atrair incessantemente para a mesma posição, divulga sem pausa o escândalo e a boa nova de que não há absolutamente o que temer.

Raoni

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Vida e morte… será?


Vida e morte… será?




A uma vida que não quero viver,

A uma morte que não quero morrer,

A uma vida que nela só o cheiro da morte me alumia…

A uma vida que não quero morrer, nem na morte viver…



A uma vida que só a morte é certa,

A uma vida incerta que de certa nada resta.

A uma sombra na luz, e esta que sombra me guia?

A uma vida nas sombras, morte e vida, que me espera?



A uma morte que não quero morrer,

A uma vida que não quero viver,

A uma vida que só a morte é certa…

Vidas que não quero viver, nem nesta vida morrer…



Nem nesta morte chegar,

Antes a Luz encontrar…

Luz que sei! Habita em mim.

Ou talvez não… será?…



Anderson L. de Souza



Morte e vida… será? (outra face...)



A uma vida que sei que encontrei,

A uma morte que sei, não terei!

A uma morte que na vida não virá!… Será?

A uma vida que a morte não levará



A uma morte que se perde na vida,

A uma vida que a morte não encontra,

A uma morte que era certa, mas sempre incerta.

A uma vida que era incerta, mas se fez certa.



Aquela Luz brilhou no caminho,

A luz brilhou…

A vida veio em mim viver…

A morte não virá…



Anderson L. de Souza







quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Bíblia e suas interpretações

A Bíblia e suas interpretações

 

Cada facção cristã acredita possuir a melhor exegese bíblica ou a que, pelo menos, mais se aproxima da exegese bíblica correta.

Um dos problemas na hora de interpretar um texto bíblico é que nenhum dos (supostos) autores imaginaria que seu texto seria compilado com outros 65 e formariam todos juntos um único livro sagrado. Os pré-canônicos, ou seja, todos os autores bíblicos, além de não possuirem Bíblia alguma compilada(nem Antigo Testamento nem Novo Testamento), aparentemente enxergavam textos sagrados sob uma ótica diferente da nossa. Mas esse assunto merece um outro texto que talvez nunca escreverei.

Difícil imaginar Paulo pensando que um morador de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Brasil, na América do Sul, parte do continente americano, a oeste da Eurásia, leria um texto endereçado à Galácia, por exemplo.

Também vale a pena ressaltar que, em nenhum momento da sua vida, Jesus sente a necessidade de deixar sua vida e mensagem por escrito. Ele simplesmente convive com as pessoas, esperando que elas passem pra frente o que aprenderam: Jesus arriscou demais o futuro da fé cristã.

Parte do monopólio do conhecimeto bíblico praticado por diversas lideranças nas mais diversas facções cristãs consiste em não revelar a história da Bíblia. Há um consenso sobre quem escreveu cada livro da Bíblia? Existe diferença entre os manuscritos originais e os que temos hoje? Por que exatamente esses 66 livros(evangelicamente falando)? Por que não mais? Por que não menos? Quem resolveu fechar determinado número de livros e falar: a partir de agora, essa é a Palavra de Deus, e todo o povo dirá "Amém!" ? Não é importante saber essas informações sobre o livro que recebe de nós o título "Palavra de Deus"?

Ler a Bíblia é muito fácil. Interpretá-la também o é, mas se torna difícil porque, interpretando-a literalmente, estamos arruinados e nunca progrediremos na vida(Soren Kierkegaard nos garante isso). Escolher o que deve ser tomado literalmente e o que não deve ser tomado literalmente é tarefa difícil, insalubre e hipócrita. Geralmente, favorece-se o clero, mas por muitas vezes favorece-se a todos e todos gostam disso(e não poderia ser diferente). Dar o dízimo e não dar todas as suas riquezas aos pobres; ordenar mulher ao pastorado e permitir que a mulher fale na igreja; ordenar mulher ao pastorado e permitir que ela não use véu; proibir o sexo antes do casamento e permitir o divórcio por maus tratos do marido; condenar um beijo gay e apoiar uma guerra, afirmando que existe guerra justa; condenar o tráfico de drogas e baixar músicas na internet. Como é bom viver assim!

Impossível não ser parcial na hora de interpretar texto bíblico. Nem queira não ser. Alguns sugerem passar creolina espiritual e lavar a mente de toda porcaria religiosa e, então, ler a Bíblia com a mente mais virgem possível. O grande problema é que o "mais virgem possível" carrega uma bagagem cultural enorme, personalidade única, fora as influências do meio não-religioso. Resumindo: estamos perdidos! Não existe uma exegese bíblica correta e nunca conseguiremos interpretar texto bíblico perfeitamente.

Mas graças a Deus por Jesus Cristo, que nos livrou desse fardo e promete que entrará no Céu não quem descobrir a interpretação bíblica mais pura, mas quem "faz a vontade de meu Pai, que está no Céu".
 
Raoni

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O SUS É PARA OS MORTAIS... (Allan Ponts)


O SUS É PARA OS MORTAIS...


Vou tentar entender...Um simples trabalhador(a) percebe algo diferente em seu tom de voz. Sente-se rouca e marca uma consulta no SUS para daí uns seis meses(falta vagas e médicos)...Chega o dia da consulta e o médico não vai ao plantão. A consulta é remarcada para mais seis meses adiante. Chega o dia e tem a sorte do médico ter resolvido ir naquele plantão (seu consultório estava em reformas). Consulta feita e exames solicitados. Marcação para mais seis meses...Feita a biópsia, resultado sai em 90 dias...Tumor maligno na laringe...Marca consulta para 60 dias, com êxito(o consultório do médico permanece em obras) e o médico opta pela quimioterapia, com início em 40 dias...
Esta é a diferença de um país desigual, não só na alimentação, vestuário, automóveis, lazer...Vida e morte.
Culpa do ex-Presidente Lula? Claro que não. Culpa de um sistema de saúde falido por desvios de verbas escancaradas e de um povo que não se mexe nem na dor.
Que venha a "primavera tupiniquim"!

http://drallanponts.blogspot.com

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Que a Bíblia Realmente Diz




 

A expressão 'leito conjugal' denota as relações sexuais entre o homem e a mulher casados legalmente. Nenhum outro tipo de relacionamento sexual, como o casamento com mais de uma esposa pode ser descrito como honroso entre todos. Além disso, a Bíblia desaprova as relações sexuais antes do casamento e o homossexualismo" -
Com o passar dos anos, os evangélicos tem repetidamente condenado a homossexualidade, alegando que as relações entre pessoas do mesmo sexo são proibidas pelas escrituras. O adjetivo mais usado pelos evangélicos para descrever a homossexualidade são "detestáveis" e "abominação".
Como evangélicos somos ensinados a pensar de nós mesmo desta maneira, acreditando que os versículos normalmente citados estão corretamente interpretadas, e que nossa única esperança para salvação seria tentar levar um estilo de vida heterossexual ou no mínimo manter-nos solteiros para os resto de nossas vidas.
Quando os evangélicos estudam a Bíblia com alguém que se sabe ser homossexual, encorajam-no a levarem uma vida celibatária ou a se casarem com alguém do sexo oposto imaginando que isso "curaria" sua homossexualidade. Muitas pessoas, incapazes de conciliar sua sexualidade com o que lhe foi ensinado como sendo o que a Bíblia diz sobre eles, são condicionados a entrar em relacionamentos heterossexuais contra sua natureza, freqüentemente com resultados desastrosos.
Outros, infectados por sentimentos de hipocrisia e/ou auto condenação, tentam escapar através do álcool, drogas e na pior das hipóteses , suicídio.
Muitos eruditos ao estudar os textos originais do hebraico e grego chegaram a diferentes conclusões sobre o uso correto destes versículos. Espero que, como os Bereanos, você possa ler as informações que se seguem com mente aberta, pondo todo preconceito de lado.

Gênesis 19: 1-28

A história antiga de Sodoma e Gomorra tem sido usada por séculos como uma condenação da homossexualidade, até o ponto onde certas práticas sexuais são chamadas de "sodomia".
Os versículos mais freqüentemente usados nesta história como prova de que os Sodomitas eram homossexuais são os versículos 4 e 5 "Antes de se poderem deitar, os homens da cidade, os homens de Sodoma, cercaram a casa, desde o rapaz até o velho, todo o povo numa só turba.
E chamavam a Ló e diziam-lhe: "Onde estão os homens que foram ter contigo hoje à noite? Trazei-os para fora a nós, para que tenhamos relações com eles." Examinando estes versículos, a primeira coisa que vemos é que TODAS as pessoas, em uma só turba, exigiram que Ló trouxesse para eles os visitantes. Se tivéssemos de acreditar que a razão para a condenação de Sodoma e Gomorra era a homossexualidade, então teríamos que aceitar o fato de que TODA A CIDADE era formada por homossexuais.
Se olharmos no capítulo anterior, Gênesis 18: 16-33, vemos um cálculo de Abraão negociando com Deus para poupar o povo de Sodoma, com o resultado final na promessa de Deus "Não arruinarei por causa dos dez" (versículo 32). Deus prometeu a Abraão que Sodoma não seria destruída se somente DEZ "homens justos" pudessem ser encontrados na cidade. Se tivéssemos que aceitar a lógica dos evangélicos, isso significaria que "os homens justos" referiam-se a heterossexuais. Neste ponto, temos que nos perguntar: Quais seriam as possibilidades de menos de dez pessoas na inteira região de Sodoma e Gomorra fossem heterossexuais? A resposta óbvia é: impossível.
Se homossexualidade não era a referência nesta passagem, então o que era? Olhando para as Escrituras Hebraicas, encontramos um uso diferente de duas palavras.
Quando a turba grita "ONDE ESTÃO OS HOMENS QUE FORAM TER CONTIGO HOJE À NOITE?", a palavra hebraica traduzida por homens é 'enowsh?" que, literalmente traduzida significa "mortal". Isto indica que a turba sabia que Ló tinha visitantes, mas não estavam certos de qual sexo eram. A palavra hebraica para "homem" (usada na mesma passagem em Gênesis 19:8) é totalmente diferente.
Alguém deve perguntar: Por que homossexuais querem ter relações sexuais com dois estranhos se eles não estão certos se são homens ou mulheres? A parte traduzida como "trazei-os para fora a nós, para que tenhamos relações com eles" necessita de um exame adicional. Outras traduções bíblicas vertem "para que possamos conhecê-los". " A palavra hebraica traduzida como "tenhamos relações", ou "conhecê-los" é yada. Esta palavra, yada, aparece nas Escrituras Hebraicas no total de 943 vezes.
Em todas, com exceção de dez desses usos, a palavra é usada no contexto de passar a conhecer alguém. Tendo o escritor a intenção de que seus leitores acreditassem que a turba queria ter relações sexuais com os estranhos, ele poderia ter usado a palavra hebraica shakab, " que claramente denota atividade sexual.
A correta tradução, entretanto, deveria ter sido algo como "onde estão os mortais (homens) que foram ter contigo hoje à noite? Trazei-os para fora a nós para que possamos conhecê-los".
Então se a história de Sodoma e Gomorra não era uma condenação da homossexualidade, o que estava sendo exposto?
Dois versículos em outro lugar resumem a história desta forma: "Eis que este é o que mostrou ser o erro de Sodoma, tua irmã: orgulho, fartura de pão e a despreocupação do sossego foram [as coisas] que vieram a ser dela e das suas aldeias dependentes e ela não fortaleceu a mão do atribulado e do pobre. E elas continuaram a ser soberbas e a praticar uma coisa detestável diante de mim, e eu finalmente as removi, assim como vi [ser conveniente]. - Ezequiel 16:49,50.
É comumente aceito que "uma coisa detestável" neste versículo refere-se à homossexualidade. De fato, a palavra hebraica utilizada aqui é towebah, traduzida literalmente significa "adoração de ídolos". Isto pode ser visto no livro de Gênesis, capítulo 19, versículo 8: "Por favor, eis que tenho duas filhas que nunca tiveram relações com um homem. Por favor, deixai-me trazê-las para fora a vós. Fazei então com elas o que parecer bem aos vossos olhos". Pode-se então perguntar: "Se a casa de Ló estava cercada por homossexuais, por que ele ofereceria à turba MULHERES?" Note que aquelas mulheres eram virgens. Note também que os sodomitas eram pagãos. Sacrifícios de virgens aos ídolos eram uma prática comum em Sodoma. Daí pode-se concluir que Ló estava oferecendo suas filhas como sacrifício de virgens para apaziguar a tuba e proteger suas visitas.
Nas Escrituras Gregas, a história de Sodoma é resumida da seguinte forma: "e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ele as condenou, estabelecendo para as pessoas ímpias um modelo das coisas que hão de vir."-2 Pedro 2:6 Isto corrobora as palavras de Ezequiel mostrando uma vez mais que aquelas eram "pessoas ímpias", em outras palavras, não adoravam o verdadeiro Deus. A história de Sodoma e Gomorra, consequentemente, é uma condenação dos adoradores de ídolos, uma sociedade gananciosa e não hospitaleira. O julgamento desta região não tem nada, ABSOLUTAMENTE NADA a ver com homossexualidade!

Levítico 18:22 e Levítico 20:13

A mensagem era clara para os antigos israelitas: o sêmen era para ser usado com apenas um propósito - procriação. Sêmen derramado, por masturbação, penetração anal, ou homossexualidade, não era para ser tolerado. Era um "jogo de números". Um dos mais antigos decretos da Bíblia, é o tema repetido nas Escrituras Hebraicas, "crescei e multiplicai". Muitos rígidos regulamentos foram impostos aos antigos israelitas. Os "escolhidos" de Deus entendiam cada regulamento como totalmente importante. Nas escrituras gregas Tiago aponta este fato por afirmar: "Pois, quem observar toda a lei, mas der um passo em falso num só ponto, tem se tornado ofensor contra todos eles." - Tiago 2:10
Entretanto, cita as duas passagens em Levítico como condenação da homossexualidade, contemplando as palavras de Tiago, que afirmam em essência que se você quebrar uma só lei, você quebra todas. Levítico 19:27 condena o corte de cabelo e o barbear. Já viu algum evangélico com cabelos compridos e de barba? Levítico 19:19 condena o uso de roupas feitas com mais de um tipo de fio. Quantos evangélicos e católicos usam roupas feitas de 50% de algodão e 50% de polyester? Levando a Bíblia literalmente, estes são igualmente culpados como os homossexuais. Quando questionado pelos fariseus sobre as leis antigas, Jesus respondeu "não vim destruir, mas cumprir." Mateus 5:17 Em outras palavras, cristianismo e o amor de Deus e amizade, era uma substituição dos códigos antigos, muitos dos quais já não era práticos ou relevantes.
Mas será que estas duas passagens REALMENTE condenam a homossexualidade? Olhando para as Escrituras Hebraicas, alguém pode ver uma condenação diferente. Levítico 20:13 afirma, em parte, "e quando um homem se deita com um macho assim como alguém se deita com uma mulher". Tivesse o escritor a intenção de condenar a homossexualidade aqui, ele provavelmente usaria a palavra hebraica, 'iysh que significa "homem", ou "macho". Pelo contrário, o autor usa uma palavra hebraica muito mais complicada,zakar, que literalmente traduzida significa "uma pessoa digna de reconhecimento". Esta era usada para se referir ao alto clero das religiões idólatras ao redor. Acreditava-se que por se garantirem favores sexuais ao alto clero (um ritual de fertilidade), a pessoa teria uma garantia de abundância em filhos e colheitas. Tomando Levítico 18:22 em contexto apropriado, então, a pessoa pode olhar para o versículo anterior, 21: "E não dever permitir que alguém da tua descendência seja devotado a Moloque". O que vemos na verdade são avisos aos israelitas para não se engajarem em rituais de fertilidade dos adoradores de Moloque, os quais exigiam a garantia de favores sexuais aos sacerdotes. Se fosse uma mera condenação de homossexuais, o escritor deveria ter usado uma linguagem mais clara.

Romanos 1: 26-27
1 Coríntios 6: 9-11
1 Timóteo 1: 9-11

O grego, como o hebraico, é uma língua mais descritiva do que o português. Por exemplo, enquanto temos a palavra "amor", o grego tem ágape, storge, philia e Eros - cada uma descrevendo uma forma diferente de amor. Ademais, significados de palavras podem mudar através das gerações. Palavras comumente usadas no passado podem significar algum tipo de insulto hoje. Assim, é fácil entender porque palavras no grego antigo puderam ser mal interpretadas, como os termos "homens que se deitam com homens", "obsceno" e outras nas partes acima. As duas palavras usadas nos versículos acima são comumente mal traduzidas como arsenokoites e malakoi, Eruditos da Bíblia acreditam agora que arsenokoites significa "prostituto de templo", como mencionado nas Escrituras Hebraicas (veja Deuteronômio 23: 17-18). O significado atual desta palavra, entretanto, perdeu-se na história.
A palavra grega malakoi, literalmente traduzida, significa "sem força moral" (alguns eruditos da língua traduzem como covarde). O que é importante notar aqui é que as duas palavras são substantivos. No grego antigo, NÃO HÁ NENHUM SUBSTANTIVO CONHECIDO PARA DEFINIR HOMOSSEXUALIDADE. SEMPRE FOI EXPRESSO COMO UM VERBO.Similar às Escrituras Hebraicas examinada acima, as Escrituras Gregas fazem referência àqueles que se engajaram em prática idólatra, muitos dos quais centrados em sexo como pagamento de favores. Nem o homossexual nem a idéia direta de homossexualidade aparece nestas passagens. Se o escritor tivesse a intenção de fazer uma condenação de gays ele deveria fazer isso de uma forma mais clara, o verbo grego teria sido usado melhor do que as referência acima que está diretamente relacionados a covardia e idolatria.
Concluindo, EM NENHUM lugar na Bíblia há uma referência negativa sobre o relacionamento amoroso entre duas pessoas do mesmo sexo. De fato, duas referência positivas aparecem nas escrituras hebraicas de amor entre duas pessoas do mesmo sexo:
2 Samuel 1:26 afirma: "Estou aflito por ti, meu irmão Jonatã, Tu me eras muito agradável. Teu amor a mim era mais agradável do que o amor das mulheres."
Rute 1:16,17 afirma: "E Rute passou a dizer: 'não instes comigo para te abandonar, para recuar de te acompanhar, pois, aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pernoitares, pernoitarei eu. Teu povo será meu povo, e teu Deus, o meu Deus, onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei enterrada. Assim faça Jeová e assim lhe acrescente mais, se outra coisa senão a morte fizer separação entre mim e ti."
Apesar de nenhuma atividade sexual ser mencionada entre eles, dever ser frisado que estes casais do mesmo sexo fizeram pactos um com o outro. Para os antigos israelitas, um pacto era visto como um laço sagrado, uma união poderosa entre duas pessoas.
Leitura Recomendada:

Christianity, Social Tolerance, and Homosexuality - de John Boswell
Good News for Modern Gays - do Rev. Sylvia Pennington
Sex Positive - de Larry J. Uhrig
Homosexuality and Religion - editado por Richard Hasbany PhD
Living in Sin? - do Bispo John Shelby Spong
What the Bible Really Says About Homosexuality - de Daniel Helminiak
Openly Gay Openly Christian - do Rev. Samuel Kader

Fonte: http://www.oocities.org
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...