“Bem-aventurados aqueles que lêem e
aqueles que ouvem as palavras da
profecia e guardam as cousas nela escritas, pois o tempo está próximo.”
Apocalipse 1.3
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................05
Capítulo 13
AS DUAS BESTAS..........................................................06
Capítulo 14
OS 144.000 NO MONTE SIÃO........................................09
Capítulo 15
OS
SETES ANJOS DAS TAÇAS....................................13
Capítulo 16
AS SETE TAÇA DA IRA..................................................14
Capítulo 17
A VISÃO DE BABILÔNIA MÍSTICA................................16
Capítulo 18
A QUEDA FINAL DA BABILÔNIA...................................18
Capítulo 19
AS BODAS DO CORDEIRO:
A BATALHA DE ARMAGEDOM.....................................20
Capítulo 20
O MILÊNIO E O JUÍZO DO TRONO BRANCO..............23
Capítulo 21
NOVO CÉU, NOVA TERRA E
A NOVA JERUSALÉM....................................................26
Capítulo 22
A NOVA JERUSALÉM....................................................28
CONCLUSÃO..............................................................................................30
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS............................................................31
INTRODUÇÃO
O Apocalipse é o livro da Bíblia que
mais atrai pessoas para sua leitura e estudo sobre o assunto. Mas ao mesmo
tempo que atrai, afasta. A culpa não é dele, porque foi escrito para consolar e
dar certezas, e não para gerar confusões. O Apocalipse é um livro inspirado que
serve para edificação dos crentes, assim como Mateus também o é. A diferença,
dele é simbólica, porque usa o recurso da linguagem apocalíptica, que era cheia
de imagens, de figuras, as quais eram utilizadas com a finalidade de ilustrar o
ensino e ao mesmo tempo esconder a verdade, em forma de enigmas, dos inimigos
perseguidores.
Não devemos esquecer que o Apocalipse é
um livro atual, porque fala também de nossa época e para nossa situação no
final do século 20. Não devemos ter receio de penetrar em suas verdades e tirar
as lições para o nosso viver diário. Devemos levar em conta que o livro foi
escrito para um grupo definido de crentes que estavam passando por problemas
difíceis de perseguição, confisco de bens e morte. O livro teve um efeito
indescritível sobre suas vidas, renovando suas forças para enfrentar o desafio
da fé.
Muitos não gostam de ler o Apocalipse,
porque o acham difícil, cheio de imagens incompreensíveis. Durante este estudo,
veremos do capítulo 13 ao capítulo 22 do livro do Apocalipse. Pois estudamos no
último semestre do capítulo 1 ao 12. E como trabalho, iremos fazer uma análise
dos demais capítulos. A intenção e que contribua para melhor entendermos e nos
dar maior segurança diante das grandes questões acerca do futuro.
Contaremos com a ajuda do Espírito
Santo para nos ajudar a entender aquilo que ele mesmo inspirou.
Capítulo 13
AS
DUAS BESTAS
O Apocalipse é tal qual uma carta
enigmática em que símbolos e figuras precisam ser decifrados. A partir do
capítulo 13, o apóstolo João utiliza a linguagem extraída da profecia de Daniel
7, referindo-se a duas bestas: uma que procede do mar e a outra da terra. Do
mar procede o poder político; da terra procede a corrupção do poder espiritual.
As bestas do mar e da terra são
manifestações temporais, na época de João, dos poderes do mal. O dragão é uma
espécie de figura espiritual maligna e as bestas são figuras humanas na forma
de um Estado e organizações religiosas corruptas. A besta do mar é horrível,
lembrando as imagens de Daniel 7.2-7. Daniel usou quatro bestas, enquanto João
juntou as quatro imagens numa besta só, para simbolizar o Império Romano. As
sete cabeças (13.1) simbolizam os sete governadores das Províncias (17.10).
As bestas encontram-se a serviço do
dragão (Satanás) que, derrotado por Miguel, o anjo-guerreiro, e seus
seguidores, foi lançado “à beira-mar”, a linha demarcatória que indica a
verdadeira moradia do inimigo “o abismo”, onde encontra-se preso e impotente.
A
Besta do Mar (Ap 13.1-10).
No presente texto, João usa a palavra
para descrever a “figura sombria do Anticristo”. Esta Besta será uma pessoa e
não apenas uma personificação do mal, ela é chamada “besta”, porque do ponto de
vista divino de observação é o que ela é. A passagem fala claramente de uma
pessoa, pelo uso do pronome “ela” (Ap 13.4; 17.11; 19.20).
Ele será o monstro mais hediondo que o
mundo já conheceu; somos forçados a crer que ele tenha duas nacionalidades: uma
romana e a outra judia. Semelhantemente, ele exercerá suas atividades em duas
capitais: (Roma - centro político) e (Jerusalém - centro religioso).
O “Anticristo” (1 Jo 2.18), a pessoa,
deve ser discriminada dos “muitos anticristo” e do “espírito do Anticristo” (1
Jo 4.3); o que caracteriza todos eles é a negação da encarnação do verbo (a
palavra), o Filho Eterno, Jesus, como o Cristo (Mt 1.16; Jo 1.1), os “muitos
anticristos” precedem e preparam o caminho para o Anticristo, que é a Besta que
“subiu do mar”, ele será o último chefe político, como o falso profeta (a
segunda Besta) de Ap 13.11 e ss; 16.13; 19.20 e 20.10, será o último chefe
religioso.
Seu nome demonstra que ele será a
antítese do verdadeiro Cristo: Jesus é o Justo, ele será o iníquo; Jesus, ao
entrar no mundo disse: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb
10.9), do Anticristo está escrito que ele fará conforme a sai vontade (Dn
11.36). O Senhor Jesus é o Filho de Deus, ele será “o filho da perdição” (2 Ts
2.3); seu governo será segundo a eficácia (energia, ou operação interna) de
Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira...”
A
besta que saiu da terra (Ap 13.11-18)
A palavra grega “therion” que é
empregada para indicar a primeira Besta, é exatamente a mesma palavra empregada
para descrever a segunda Besta que “subiu da terra”. O fato de a mesma ter
“dois chifres” semelhante de um cordeiro, representa simuladamente um aspecto
de docilidade e mansidão, porém, essa forma sútil de engano será desmentida
porque seu falar a denuncia é a voz do dragão. Em outra significação do
pensamento, o chifre é símbolo de poder físico, moral ou real, e os dois
chifres da Besta nesta secção representam a combinação de rei e profeta. Esses
“dois chifres” também podem falar do poder combinado de regiões naturais
(Israel: centro relioso e Roma: centro político). Sua autoridade abrange 2
reinos (religioso e político).
A primeira Besta (o chefe político) é
descrita como tendo saídado mar (que simbolicamente representa ao povos em
estado de inquietação: Lc 21.25; Ap 17.15). Isso indica aparecimento no início
da Grande Tribulação quando tudo ainda se encontra num verdadeiro caos estado
de confusão. A segunda porém, emerge da terra (que simbolicamente pode
representar já um estado de tranqüilidade, embora simulada, para os súditos da
Besta). Alguns intérpretes acham que o “mar” (13.1) representa todas as nações
gentílicas, enquanto que “terra” (13.11) representa a nação de Israel. O
simbolismo é muito lógico.
O caráter múltiplo deste “falso
profeta” é previsto por nosso Senhor. Em sua última descrição sobre os “últimos
dias” ele declarou: “E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos”
(Mt 24.11,24). É de lamentar ver como neste livro vemos homens adorando o
dragão (13.4); à Besta (13.15). No campo profético. Segundo se depreende, estes
versículos dão a entender que o falso profeta contará com meios para promover e
forçar a lealdade dos homens ao Anticristo. O leitor deve observar bem a frase
“faz” e verá que a adoração à Besta naqueles dias, não só será voluntária, mas
de um modo particular isso será forçado.
O Anticristo promoverá a mais terrível
perseguição religiosa de todos os tempos. O seu falso profeta (a segunda Besta)
será o homem certo para encabeçar essa perseguição sem precedente na história
humana. Historicamente falando, isso já acontecia nos dias de João. O culto do
imperador era uma das formas de testar, os cristãos; quando esses recusavam a
adorá-lo, simplesmente morriam sem misericórdia. Profeticamente falando, isso
também acontecerá naqueles dias sombrios.
Esse falso profeta do anticristo
procurará em tudo imitar os profetas do Senhor. Talvez por motivo de que uma
das testemunhas escatológicas ter vindo “no espírito e virtude de Elias” (Lc
1.17 e Ap 11.5). ele também procurará imitar esse grande profeta do Antigo
Testamento. Como o falso profeta ele somente se encontra com o anticristo. Os
dois escravos de satanás são inseparáveis. O dragão dará seu poder externo à
primeira Besta (13.2) e seu espírito à segunda, pois fala como dragão (13.11).
O
número de um homem, 666.
A palavra Anticristo não aprece em Apocalipse, só vem na prímeira epístola de
João 2.18-22. Quem prejudica a obra de Cristo é um anticristo, mas virá o
Anticristo. O prefixo anti quer dizer
contra e em lugar de. O que há de vir será espiritualmente contra Cristo e
publicamente quererá aparecer como se fosse o próprio Cristo. O Sinal da Besta (13.16) será uma coisa
visível para identificação, uma marca, distintivo ou coisa semelhante talvez
impresso ou tatuado em cada pessoa. Quem não for partidário ou devoto da besta
sofrerá toda sorte de impedimento e restrição.
A expressão “todos” no versículo 16 é
dividida em diversas classes: “...pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e
servos”, para indicar a absoluta “universalidade” do poder do Anticristo, de
tal modo que nenhum homem, de qualquer posição ou nível social, possa escapar
aos seus desígnios. O homem mau sempre tem um sinal. O Sinal sempre tem
conotação com o mundo religioso. Caim, após ter morto seu irmão Abel, recebeu
um sinal: (“Õth” - marca distintiva); este lhe
assegurava a proteção e ao mesmo tempo impunha respeito e extremo terror (Gn
4.150. O Anticristo sabe que para Israel o aceitar como o seu “messias”, exige
primeiro um sinal (Êx 4.1; Jo 4.48; I Co 1.22) e que o verdadeiro Cristo tem em
seus fiéis um sinal (Ez 9.4,6; Ap 7.1; 14.1-5), ele também como audacioso
procurará imitar a Cristo até na religião (2 Ts 2.4) e quando tudo estiver sob
seu controle, então ele atingirá o máximo da apostasia “...de sorte que se
assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo ser Deus”.
O número 666 denota uma pessoa
específica, e sua identificação deve ser descoberta em alguma espécie de
cálculo numérico, mediante o qual o número pe transformado em um “nome”. De
acordo com a numerologia pitagoreana, o “666” é o chamado número triangular.
O número “666” é o número de “um homem
mal”, sendo a unidade de “6” impressa sobre ele em sua sobre ele em sua criação
e em sua história subseqüente.
“É o número de um homem”, porém cremos
que ninguém pode identificar o anticristo agora. Muitos dizem que é o Papa,
porque tomou o lugar de Jesus Cristo na terra, e muitos títulos e distintivos
que adota têm, nas letras latinas, este valor. Mas não ousamos dizer que é o
Papa. O Anticristo é um só, e o Papa vem numa série ou sucessão, tem havido
muitos.
Um personagem que mais se ajusta a este
número é Nero César, que foi imperador romano, porém, não temos coragem de
afirmar que é ele. Quando se manifestar o Anticristo, nós, os crentes, não
estaremos neste mundo, não precisamos saber exatamente quem é.
Capítulo
14
OS
144.000 NO MONTE SIÃO
O
Cordeiro sobre e os 144.000 no Monte Sião (v.1-5).
A palavra “Sião” significa “monte
ensolarado”. O monte Sião também é identificado com a Jerusalém “lá de cima”
(Gl 4.26), e com a cidade de Deus nos céus (Hb 12.22)”. A cidade de Davi era
Jerusalém (1 Rs 8.1). O templo foi edificado no monte de Moriá; o palácio de
Davi, no monte Sião. Portanto, Sião se tornou o lugar escolhido como a sede dp
reinado de Cristo durante o Milênio (Is 2.3,17).
Novamente há aqui uma sobre os 144.000
vistos no capítulo sétimo deste livro. Durante a Grande Tribulação, esse grupo
de assinalados são comparados “orvalho” ou “chuviscos”, e no Milênio. No
capítulo 12.10, João ouve uma grande voz (“no céu”); nesta secção poré,, ele
ouve uma voz (“do céu”). Evidentemente, ele não está no céu e, sim na terra. A
visão, trata-se, pois, de uma antecipação: o Cordeiro, na segunda vinda ou
“parousia”, reunindo o grupo já mencionado no capítulo 7.4-8. São eles os
144.000 israelitas selados em suas frontes, preservados vivos, durante a grande
Tribulação, agora o Senhor os reúne no monte de Sião. Neste versículo é
descrita a natureza do selo: tinham em suas testas o nome do Cordeiro e o de
Seu Pai.
Segundo o Dr. J. Davis, os primeiros
frutos colhidos, penhores das futuras messes, pertenciam ao Senhor. Assim
também, os 144.000 são as “primícias” dentre os israelitas comprados para Deus
e para o Cordeiro.
Não devemos nos esquecer de que os
144.000 regozijam-se porque foram “comprados dentre os homens”. Temos a frase
dupla “comprados da terra” (um lugar pecaminoso) e “comprados como primícias”
(os primeiros). Algumas versões dizem: “comprados” ou “resgatados” em lugar de
“redimidos”.
Os 144.000 são todos novas criaturas, e
por este motivo entoam “um novo cântico” ao Cordeiro que os resgatou.
No presente texto, os 144.000 foram
também aceitos como os primeiros exemplares a aceitarem o testemunho de Cristo,
por cuja razão são contados como “primícias”, e “seguidores” do Cordeiro para
onde quer que vai.
A dignidade destes 144.000 já se
encontrava profetizada nas páginas áureas da Bíblia Sagrada, (Sf 3.13), que
diz: “O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira,
e na sua boca não se achará língua enganosa”. Os 144.000 serão assim. Eles não
“negarão” a Cristo; não concordarão com a fraude do culto do Anticristo. Eles
se manterão puros de toda idolatria e imoralidade. “Serão nazireus completos
para Deus no tocante à sua relação com o mundo”.
Visão
do anjo com o Evangelho eterno (v.6-7).
Deus nunca se deixou a si mesmo sem
testemunho (At 14.17); Ele é o Deus que “nunca muda” (Ml 3.6), e durante o
tempo da Grande Tribulação levantará um grupo de pecadores do “Evangelho do
Reino” que com grande poder darão o seu testemunho.
Podemos observar como a mensagem do
Evangelho é progressiva em suas várias manifestações ao mundo, e em qualquer
época: - simplesmente “Evangelho” (Macos 1.15). “O Evangelho de Cristo” (Rm
1.16). “O Evangelho de Deus” (Rm 1.1). “O Evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1.1).
“O Evangelho do Reino” (Mt 4.23). “O Evangelho da graça de Deus” (At 20.24). “O
Evangelho de seu Filho” (Rm 1.9). “O Evangelho da glória de Cristo” (2 Co 4.4).
“ O Evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). “O Evangelho da paz” (Ef 6.15). “O
Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Ts 1.8). “O Evangelho Eterno” como é
visto no versículo 7 e no anterior. Em todas as formas apresentadas nas notas
expositivas do versículo seis e ss, o evangelho é “um só” (Gl 1.6-9). Em
qualquer época o Evanfelho pode ser chamado de “pro tõn aiõnõn” (desde a
eternidade), isto é, “as boas novas da época”, com este sentido, o termo se
acha mais de 25 vezes em o Novo Testamento. Este Evangelho é eterno no plano de
Deus, desde a fundação do mundo.
É evidente que esse Evangelho é uma
“boa nova” tanto para Israel, como para todas as nações, como mensagem
precursora para o Reino Milenial (Mt 3.2,3).
Previsão
da queda da Babilônia (v.8).
O que é detalhadamente no capítulo 18
deste livro sobre a grande Babilõnia, é antecipado pelo anjo de Deus no
presente versículo. O anjo estabelece a sequência deste acontecimento com
grande poder, e ainda pelo duplo clamor: “Caiu, caiu Babilônia” (Ap 14.8). “No
Antigo Testamento, muitas vezes a cidade de Babilônia é tomada como símbolo de
todos os inimigos do povo de Deus. Era chamada de “Babilônia, a grande”, porque
era a cidade do poder, da riqueza, da cultura, do orgulho e da grandeza
humana”.
Destino
dos adoradores da besta (v.9-12).
Nos dias da Grande Tribulação, o
Anticristo, que será o paralelo profético dos imperadores babilônicos, e
romanos, adorados no antigo culto, será adorado pelos habitantes do mundo, no
período determinado de 42 meses. O falso profeta, que é a Besta que “subiu da
terra” (13.11), é quem dirigirá esse culto. O poder e a ira de Deus, porém,
fará tudo isso chegar ao seu fim, pelo zelo da sua palavra que disse: “Só ao
Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10). Este versículo
encerra a quarta visão deste capítulo, e a voz do anjo proclamador, apresenta
uma contra-ordem divina ao edito da Besta que os homens não recusassem a adorar
a imagem, sob pena de morte (13.15,16). A advertência divina é essa: quem for
tragado pelo engano da Besta; também tragado será pelo ardente lago de fogo!
Nestes versículos o castigo eterno dos
adoradores da Besta é descrito na linguagem
medonha. “O fogo e o enxofre” então em foco! Fogo e Enxofre são símbolos
de terrível angústia (Is 30.33). “Enxofre”, diz W. Newell, “é uma substância
por demais terrível... em sua ação sobre a carne humana em tormento ao tocar o
corpo. Combinado com o fogo, é agonia absoluta, angústia inexprimível! E é este
o seu propósito, pois será a imposição ilimitada da vingança divina”.
Jesus falou do castigo eterno dos
perversos (Mt 25.46), e advertiu acerca do inferno de fogo, onde “o seu bicho
não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.46.48).
A
bem-aventurança (v.13).
No Apocalipse há sete
“bem-aventuranças”. Esta é a segunda delas (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6;
22.7,14). A primeira está em Ap 1.3. Elas se origina de uma palavra grega que
significa “riqueza”; no versículo 13, ela além de outros sinônimos, significa: “ser
feliz”, ser “bem-feliz”, ser “bem-sucedido”, etc. O Senhor Jesus em o “Sermão
da Montanha” falou das “bem-aventuranças” e dos “Bem-aventurados”. No Antigo
Testamento, o conceito de ser “bem-aventurado” era apenas ser “feliz”. O Novo
Testamento, porém, elevou essa palavra, dando-lhe o sentido de “felicidade
espiritual”. Com base no bem-estar espiritual.
A
visão do Armagedom (v. 14-20).
João identifica o Ceifeiro celeste como
sendo o Senhor Jesus Cristo. “Sentado em uma nuvem branca está o Criador de
todas as nuvens, Fazendo dela sua carruagem, ele parte para sua tarefa sombria.
O sentar-se a nuvem do juízo sugere “calma e deliberação”. Sem pressa: o
Ceifeiro sega sua colheita”.
Cremos que a pessoa do Pai está em foco
nesta passagem (v.15). Um anjo comum teria dado ordem ao elevado poder da nuvem
branca (Hb 1.4 ss). A “seara da terra” diz respeito a Israel e não as “nações
gentílicas”; enquanto que a “vinha da terra”, diz respeito aos gentios e não
Israel.
No momento exato, de acordo com o
conhecimento do Pai, começará a colheita. O grego nesta passagem diz,
literalmente, “secou”, o verbo “zeraino” é usado para indicar “estar maduro”. O
Fato de estar seca a seara parece, na nossa concepção, traduzir um certo
“atraso”, mas o sentido realmente não é este. Lembremos que Jesus disse aos
seus discípulos: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já está o
brancas para a ceifa” (Jo 4.36). Nos dias de Jesus na terra já havia chegado o
“tempo” mas faltava a “hora”. A misericódia divina esperou pacientemente por
essa “hora”. O segundo advento de Cristo começará, sobre a terra, quando for
lançada a “foice”. Por assim dizer, será o provável começo deste acontecimento.
O juízo da ceifa pode ser o Armagedom. Isso se dará, no fim da presente era.
Haverá tanto “corte” como o
“recolhimento” do joio. Temos o quadro duplo da colheita e da vindima, segundo
Joel 3.13, que diz: “lançai a foice, porque já está madura: vinde, descei,
porque o lagar está cheio”. Esses versículos (14-20), apresentam um quadro
profético da grande guerra no vale de Armagedom (Is 63.16; Jl 3.11-16).
No juízo executado, pelo do templo, são
colhidos “os cachos da vinha da terra”. Nesta passagem (v.18), vemos os “ímpios”
amadurecidos para o juízo de Deus. É o Armagedom em cena (Gn 49.9; Is 63.1 e
ss; Jl 3.13 e ss; Zc 14.1 e ss; Ap 19.11 e ss). A expressão “vinha da terra”
abrange todo o sistema religioso na visitação vindoura da ira de Deus.
Quão terrível será esse julgamento no
fim da presente era, é ilustrado pelo fato que o suco das uvas se transformou
em “sangue”. As “uvas” (os ímpios) serão lançados no lagar, e assim terá início
a grande matança provocada pela ira divina. Esta descrição refere-se ao momento
quando o Senhor Jesus iniciar a grande batalha na região sul da terra Santa,
especialmente nas fronteiras de Edom e sua capital (Is 63.1). Ao romper da
aurora ele escerá ao vale com rapidez da imaginação (Is 13.10; Zc 14.6-7; Ap
19.11 e ss.). Seu primeiro contato na terra será no monte das Oliveiras (Zc
14.4). A partir desse local seguirá para o extremo sul da Palestina e começará
a “posar o lagar”; dali, para o monte Hermom no extremo (Sl 29; Is 63.1-6).
Durante a dispensação da graça, Cristo
tem em seu coração “o dia da salvação”. Isso é ilustrado em Lucas 4.19 quando
lendo a passagem de Isaías 61.2, Jesus parou na frase: “...o ano aceitável do
Senhor”, omitindo assim “...o dia da vingança do nosso Deus”. Mas esse dia
terminará com o arrebatamento da Igreja, e logo a seguir virá “o dia da
vingança” (Ap 6.17).
Quando o filho de Deus veio a este
mundo “...para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta
- de Jerusalém” (Hb 13.12), aqui agora, também, sua grande vitória será fora de
suas portas. Jerusalém é a cidade em referência nesta secção. O vale de
Armagedom fica fora de suas portas.
Lagar é um nome profético de Armagedom.
Nome que se dá a grande planície que estende-se pelo meio da Terra Santa, do
Mediterrâneo ao Jordão. O Dr. Clarke escreve: “Desde Nabucodonozor até ao
avanço de Napolião até a Síria, essa Planície foi sempre escolhida como
acampamento dos exércitos, Judeus, gentios, sarracenos, cruzados, egípcios,
persas, drusos, turcos e outros povos armaram ali suas tendas de campanha e
deixaram molhar suas bandeiras pelo orvalho do Tabor e do pequeno Hermom”.
A Besta irá para o vale do Armagedom,
por uma circunstância sobrenatural, ao contemplar fisicamente Jesus descendo
sobre o céu da Palestina (Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Apavorada com as
manifestações divinas simultâneas com a vinda do Senhor, a Besta “fugirá” para
Armagedom, e ali, portanto, pois, uma grande conflagração e mortalidade, cujo
desenlace será, provavelmente, naquele monte e no extremo vale do ocidente do
Jordão.
Sangue... até aos freios dos cavalos.
Literalmente falando, cada ser humano é portador de 5 litros de sangue e, um
cavalo de 18 respectivamente. Então, teríamos aí (quatro bilhões e seiscentos
milhões) de litros de sangue aproximadamente. 1.600 estádios corresponde a 296
quilômetros, tendo o estádio 185 metros. Não teríamos dificuldade em aceitar a
interpretação literal desse número, pois se trata de uma medida de extensão e
não de área. Outros, porém, aceitam como linguagem simbólica testificando do
terrível morticínio dos ímpios quando o Senhor os pisar em sua fúria. Seja como
for, a derrota dos ímpios está prevista e a vitória de Cristo
determinada!(Isaías 63.6).
Capítulo
15
OS SETES
ANJOS DAS TAÇAS
João, depois de descrever as sete
visões do capítulo 14, relata depois cenas no derramamento das sete taças. Por
meio desses sete julgamentos, os quais serão os últimos, será derrubado, para
todo o sempre, o reino do Anticristo e tudo preparado para a vinda do verdadeiro
e eterno Rei.
Os
sete últimos anjos de ira (v.1).
O céu está pasmado com outro grande e
admirável sinal; sete anjos têm as sete pragas, literalmente, “golpes”. Serão
sete golpes mais tremendos e vastos do que qualquer que caiu ao abrir os sete
selos ou ao soar as sete trombetas. E nelas é consumado a ira de Deus.
O
cântico de Moisés e o cordeiro (v. 2-4).
Antes de começarem as sete últimas
pragas, João viu, no céu, os que saíram
vitoriosos da besta e da sua imagem e do seu sinal, e do número do seu nome.
Como a nação de Israel, em pé na praia
do mar Vermelho, entoava o Cântico de Moisés (Êx 15.1-20), ao contemplar os
milhares de egípcios mortos nas areias aos seus pés, assim João os vencedores
da carnificina e martírio, promovidos pela Besta (Ap 13.14-18), salvos, em pé,
na praia do mar de vidro (4.6) no céu. Mas, em vez de cantarem somente o
Cântico de Moisés, acrescentaram o Cântico do Cordeiro, por Seu livramento da
Grande Tribulação.
O
Santuário nos Céus (v. 5-8).
Que o escritor volta aqui, no v.5, para
reassumir o fio da história que deixava no capítulo 11.19, é evidente com a
leitura de novo desses dois versículos. Isto é, João, depois de inserir as
visões dos capítulos 12, 13 e 14, volta para continuar o que começara a relatar
sobre o anjo ao tocar a sétima trombeta (11.15).
A Moisés foi ordenado, ao construir o
tabernáculo no deserto: “Atenta pois que o faças conforme ao seu modelo, que te
foi mostrado no monte” (Êx 25.40). Em Hebreus 9.23, refere-se às coisas do
tabernáculo, como “as figuras das coisas que estão no céu”. É desse templo, d tabernáculo do testemunho... no
céu (v. 5), isto é, do Santo dos Santos no céu, que saem as taças fervendo
da ira de Deus. A retribuição de Deus, portanto, que arderá como nunca contra a
iniquidade do mundo, será inteiramente justa a perfeitamente santa.
E o templo encheu-se com o fumo da
glória de Deus e do seu poder (v. 8): O fumo é símbolo da santidade de Deus em
conflito com o pecado dos homens, como um fogo de indignação justa abrazando e
ao ponto de a qualquer momento, romper-se em chamas de julgamento sobre a
humanidade. Quando o tabernáculo e o templo foram dedicados (Êx 40.35; I Rs
8.10,11), ninguém podia entrar no santuário por causa da nuvem de glória. Mas
aqui, na véspera do derramamento das sete taças, ninguém entra por causa da
nuvem espessa e sombria da ira de Deus no Santo dos Santos no céu.
Capítulo
16
AS SETE
TAÇAS DA IRA
Chegamos enfim para considerar a última
série de juízos, as taças da ira de Deus.
Os selos representam a abertura dos propósitos e conselhos secretos de
Deus; as trombetas, os atos de Seu juízo, as taças, o derramamento de Sua ira.
As taças são os últimos dos juízos sobre a terra; nelas é consumada a ira de Deus (15.1).
A
Voz do Templo no céu (v. 1).
É do templo, no qual a multidão
inumerável de mártires servem a Deus de dia e de noite (7.15), que se enviam os
anjos para destruir completamente o reino de sucesso fabuloso, magnífico,
próspero, moderno, mundial, deslumbrante... o do Anticristo. Esse templo, que
Deus queria que fosse “chamado por todas as nações casa de oração” (Mc 11.17),
torna-se-á, no tempo das taças, a côrte de julgamento dos inimigos de Deus.
Faraó, com o coração endurecido cada
vez mais, só deixou Israel sair do Egito depois de receber golpe sobre golpe da
mão de Deus. Na mesma maneira, o Anticrito abandonará o seu domínio diabólico
sobre o mundo, depois de sofrer as mais gravíssimas pragas, uma após outra.
A
primeira taça: Chagas malignas (v. 2).
O pecado no reinado do anticristo
naturalmente resultará em grande aumento de doença de doença. Mas a isso será
acrescentada a maldição de Deus; uma chaga cruel e maligna sobre os homens.
No Egito, Moisés e Arão, diante dos
olhos de Faraó, espalharam para o céu cinzas do forno, as quais se tornaram em
pó miúdo sobre toda a terra do Egito (Êx 9.9). Esse pó, então, se tornou em
sarna que se manifestou em úlceras nos homens e no gato. Mas a primeira taça da
ira de Deus será derramada sobre toda a terra, a qual resultará em uma má e maligna nos homens que têm o sinal
da Besta. Os adoradores da Besta, na véspera de serem lançados no inferno,
terão de começar os seus indescritíveis sofrimentos já aqui na terra.
A
segunda taça: O mar torna-se em sangue (v. 3).
No Egito, na primeira praga, todas as
águas do rio Nilo se tornaram em sangue, os peixes no rio morreram, o rio
cheirou mal e houve sangue por toda a terra (Êx 7.19-24). No tempo da sétima
trombeta, a terça parte do mar ternar-se-á em sangue, como de um morto. E morreu no
mar toda a alma vivente; os
inumeráveis bilhões de criaturas no mar morrerão e ficarão boiando em sangue -
uma horrenda massa de corrupção apodrecendo, em testemunho da ainda mais
horrenda massa dos homens, que se desfaz na corrupção do pecado e vício.
A
terceira taça: Os rios tornaram-se sangue (vs. 4-7).
Deus, em perfeita justiça,
derramará a Sua santa ira, no tempo da
terceira taça, dando sangue a beber aos que derramaram o sangue dos santos.
Será uma das mais horrendas pragas quando então os homens e os animais terão
somente sangue para beber.
A
quarta taça: Grande Calor (vs. 8,9).
Na quarta taça o calor do sol aumentará
até queimar os homens como fogo. No Egito, quando tinham de confessar que as
pragas eram de Deus (Êx 8.18,19), os egípcios, em vez de se arrependerem,
endureceram os corações. Da mesma maneira os súditos do Anticristo, depois de
reconhecerem que a praga é de Deus, não se arrependerão para Lhe darem glória.
Nota-se como as primeiras taças seguem
o curso das quatro primeiras trombetas. Porém, não são idênticas, nem
paralelas. Os Juízos das trombetas, embora como os das taças, caíam sobre a
terra, mar, fontes, rios, sol, lua e estrelas, contudo foram limitados, cada
vez, à “terça parte”. Mas não há limite nos juízos das taças; eles varrem tudo.
Além disso, vê-se que as trombetas e as taças não idênticas pelo fato da quarta
taça estar em contraste com a quarta trombeta em seus efeitos.
A
quinta taça: Trevas (vs. 10,11).
Na quinta praga os homens estarão
mergulhados em horrendas trevas. Sofrerão os horrores dos egípcios nas trevas
espessas que se apalpavam (Ê x 10.21-23), e, ainda mais, morderão as suas
línguas de dor, por causa das chagas e sofrimentos que resultaram das primeiras
quatro pragas.
A
sexta taça: A seca do Eufrates (v. 12).
Deus já fez secar o mar Vermelho. Fez
secar, também, o rio Jordão em tempo de enchente. Vai fazer secar ainda o
Eufrates, o grande rio de 2.165 km de comprimento, de 3 a 10m. de profundidade
e de 200 a 400 metros de largura. O leito desse rio, que sempre serviu como
barreira entre o povo da Palestina e seus inimigos, uma vez seco, tornar-se-á
em estrada para o ajuntamento dos exércitos do mundo para a última grande
batalha. Compare Isaías 11.15.
Os
três espíritos imundos (vs 13-16).
Há um parêntesis entre o sexto e o
sétimo selos. Há outro, também, entre a sexta e a sétima trombetas. E há ainda
outro entre a sexta e a sétima taça; da boca da trindade satânica sairão três espíritos imundos com a missão de
iludir e incitar os reis de todo o mundo para
uma última e decisiva rebelião contra Deus, uma guerra mundial, a batalha de
Armagedom (C. 19.11-21). Vê-se que a guerra é o inferno, que a guerra é
infernal, e que a guerra povoa o inferno.
A
sétima taça: Terremoto e chuva de pedras (vs. 17-21).
A sétima taça é derramada no ar, como se fosse para purificar a atmosfera das “hostes espirituais
da maldade nos lugares celestiais” (Efésios 6.12), a qual está dominada pelo
“príncipe das potestades do ar” (Efésios 2.2).
Ao derramar-se a sétima taça, saiu grande voz do templo... dizendo: Está
feito. Será o último juízo da ira de Deus contra a Anticristo e seus
súditos na terra. Haverá o maior terremoto de todos os séculos. É predito em
Zacarias 14.4,5. A terra toda o abalo; fender-se-á a grande cidade, isto é, Jerusalém, em três partes. Cairão as cidades das nações, Rio de Janeiro,
Paris, Nova York, Lisboa, Londres, etc. Deus lembrar-se-á especialmente de
Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho
da sua ira. Enquanto a terra cambaleia, cairão do céu, sobre os homens,
pedras do peso de um talento (Êx 9.13-25; Js 10.11).
É impossível imaginar o caos e a
consternação da terra com todas as cidades em ruínas e grandes pedras de peso
mais de 25 quilos caindo do céu sobre os homens. Toda a ilha fugiu, e os montes não se acharam (v. 20): Não cessará
de existir a terra, mas haverá grandes mudanças, as ilhas e as montanhas
desaparecerão, ou trocarão de lugares.
Os detalhes da queda de Babilônia
encontra-se nos capítulos 17 e18. A destruição final do poder mundial pela
chegada de Cristo descendo com Seus santos, é descrito no capítulo 19.
Capítulo
17
A VISÃO DE
BABILÔNIA MÍSTICA
Os selos estão todos abertos. As
trombetas já soaram. As sete taças estão vazias. Depois do derramamento da
sétima taça, foi anunciado: “E da grande Babilônia se lembrou de Deus, para lhe
dar o cálice do vinho da indignação da sua ira” (16.19). Agora presenciamos
essa queda de Babilônia (Cs. 17 e 18). Depois da queda de Babilônia haverá o
levantamento da Nova Jerusalém (c. 21).
A
Babilônia mística - A grande Meretriz (vs. 1-6).
Um dos sete anjos, que tinham as sete
taças da ira de Deus, levou João para contemplar a grande prostituta. Note como o Espírito Santo dá ênfase à sua
prostituição, chamando-a uma vez a grande
prostituta (v.1), duas vezes a
prostituta (vs. 15,16), uma vez a mãe
das prostituições (v.5), e seis vezes, a mulher (vs. 3,4,6,7,9,18).
Toda a prostituição espiritual é extremamente detestável diante de Deus.
Babilônia” é o símbolo de tal prostituição. O nome da cidade é usado mais que
260 vezes na Bíblia, 27 vezes em uma só profecia (Jr 50 e 51). O nome aparece
mais freqüentemente nas Escrituras do que o de qualquer outra cidade, a não ser
o de Jerusalém.
No capítulo 17 trata-se de Babilônia
Mística (mistério, vs. 5 e 7), símbolo do regime religioso e político que
domina todo o mundo. Mas no capitulo 18 o assunto é o de Babilônia Comercial,
não mais em símbolo, mas literal.
Muitos comentadores ensinam que a
Babilônia Mística, a qual é comparada a uma grande prostituta, é a Igreja
Romana. Como também há diversas razões para recusar tal interpretação.
Contudo, há um acrescente número de
comentadores que ensinam, o que parece mais razoável, que a grande prostituta
representa uma amalgamação de todas as religiões, chefiada pelo papado no tempo
do Anticristo. Há lideres nas maiores denominações esforçando-se atualmente
para unir todas as crenças. Certo rabi judáico, quer estabelecer uma convenção
mundial de religiões “para unir todos os homens em uma só pátria religiosa”.
Certo padre católico de fama declarou que o “mundo em desespero tem os olhos
fitos em Armagedom e o único meio de evitar uma carnificina mundial é a de unir
os cristãos do Oriente e do Ocidente”. Assim é fácil de ver como a Igreja
Romana, no tempo do Anticristo, pode conseguir dominar todo o sistema
intitulado Babilônia Mística.
No capítulo 10 de Gênesis consta que
Ninrode “foi poderoso caçador diante da face do Senhor”. Segundo uma tradição
dos judeus “foi poderoso no pecado, enredando os homens, para desviá-los do
culto a Deus”. A apostasia flagrante de Ninrode culminou na construção da torre
de Babel, planejada para o centro de rebelião contra Deus. O Senhor, para
frustrar esse plano, tornou Babel em “a cidade de Confusão”. A cidade chegou a
ser, não somente a fonte de idolatria, mas o perseguidor do povo de Deus. Depois
o espírito de idolatria e perseguição passou de Babilônia para Roma dos
Césares. Mas nos últimos dias o espírito de Babilônia passará para o império
Romano ressuscitado.
A
interpretação do Anjo (vs. 7-13).
O anjo explicou a João o significado do
símbolo da besta de sete cabeças e dez chifres (v. 3); as sete cabeças são sete
reis, ou reinos (vs. 9,10). Cinco já
cairam (v. 10); O Egito, a Assíria,
Babilônia, Medo-Pérsia e a Grécia. E um
existe (v.10): o Império Romano, no tempo de João. Outro não é vindo (v.10); talvez, o Império Romano, no tempo de ser
ressuscitado. Desse sétimo reino se levantará o Anticristo, o reino do qual,
consistirá de uma liga de dez nações (v.12).
O
Cordeiro e seu exército (vs. 14-18).
Estes
combaterão contra o Cordeiro e o Cordeiro os vencerá (v.14): A última investida contra a
iniquidade do mundo será feita um exército invencível, o de Cristo, o Cordeiro,
o Rei dos reis e Seu exército de pessoas chamadas,
eleitos e fiéis - chamadas, não sorteadas; eleitas, para cada lugar; fiéis aos seus compromissos de lealdade.
Capítulo
18
A QUEDA
FINAL DA BABILÔNIA
É fácil ver, com uma leitura rápida do
presente capítulo, que João não escreveu em símbolo, como no capítulo 17.
Babilônia aqui é uma cidade literal no rio Eufrates e o apóstolo escreveu em
termos literais, do poder, da opulência, da iniquidade e da sentença dessa
famosa metrópole.
O
Anuncio do Anjo Poderoso (vs. 1-3).
“Um dos sete anjos que tinham as sete
taças” (17.1) anunciou a destruição de Babilônia Mística. Foi outro anjo, cuja presença iluminou a
terra que anunciou a queda final da linha e adiantadíssima cidade de Babilônia,
no rio Eufrates.
Há diversas razões para crer que Babilônia
será reedificada para servir como capital do mundo e o centro do comércio, no
reinado do Anticristo. Não somente Jerusalém e o templo estarão reedificados,
mas também Babilônia. Seguem algumas das razões para assim afirmar:
Primeiramente, Babilônia antiga não foi
destruída até agora, da forma como está profetizado. (1) Deve cair de repente
(Jr 51.8). Ainda não foi destruída assim. Houve uma mudança quieta de dinastia
e foi desfeita gradualmente. Mas ainda será destruída, repentinamente
(Apocalipse 18.10,16,17,19). (2) Ninguém foi dirigido a fugir de Babilônia
antiga. A ordem de Jeremias 50.8 e 51.6 será cumprida em Apocalipse 18.4 Daniel
não saiu da Babilônia antiga, e se judeus tivessem sido chamados da cidade, ele
teria sido o primeiro a obedecer. (3) Não tirariam dela material para
construção em outro lugar (Jr 51.26). Mas por algumas gerações o material foi
tirado das ruínas de Babilônia antiga para construção em outros lugares. (4) O
árabe não armará ali a sua tenda (Is 13.20). Mas é fato que o árabe tem armado
a sua tenda no lugar de Babilônia antiga, e os pastores têm feito deitarem-se
ali os seus rebanhos. (5) A última Babilônia sofrerá a destruição completa e a
desolação inteira (Jr 25.12; 51.29,43).
Em segundo lugar, Babilônia não caiu no
tempo predito para a queda final. (1) Israel voltaria depois da queda final de
Babilônia (Jr 50.4,5,20). Com a queda final de Babilônia, não haverá mais
iniquidade em Israel, nem se acharão mais pecados em Judá (Jr 50.20). (2)
Babilônia cairá no dia do Senhor (Is 13.6, 9-11). (3) Babilônia cairá quando os
céus e a terra estremecerem (Is 13.13); (Apocalipse 16.17-20). É certo que o
grande terremoto que está para destruir a grande Babilônia e as cidades das
nações ainda não aconteceu.
Terror
na terra (vs. 4-19).
Sai
dela povo meu (v.
4): Enquanto essas palavras tenham uma aplicação muito prática para os crentes
que se acham atualmente na Babilônia espiritual, contudo aqui refere-se aqui às
palavras que serão dirigidas a pessoas que negociam nessa capital do
Anticristo, no tempo do fim. Vê-se em Isaías 52.11; Jeremias 50.8; 51. 6,9,45
que, especialmente, os judeus serão prevenidos a retirarem-se dela.
Quando
ela e glorificou... e diz... Estou assentada como rainha e não sou viúva (v. 7): Os amantes da Babilônia são muitos;
seu gozo é completo; orgulha-se de que não é viúva como a Igreja de Cristo,
cuja esperança esta na volta do Esposo.
Será
queimada de fogo (v.
8): Babilônia queimou a Jerusalém e o Templo a fogo e seu fim será o mesmo.
Vide Jeremias 51.24. A terra onde Babilônia será reedificada é lugar de muito
betume (como consta, também, em Gênesis 11.3); portanto, será inflamável.
Compare Isaías 13.19 .
Estarão
de longe ... chorando, e lamentando (v.15): Que a grande Babilônia, aqui no capítulo 18, se
refere à própria cidade, em vez de ser um símbolo do mundo, vê-se no fato do
mundo ficar para chorar e lamentar depois da destruição de Babilônia.
Alegria
no céus (v. 20).
Trata-se novamente da alegria nos céus,
no capítulo 19:1-4, sobre a queda de Babilônia. O pensamento de João, nesta
passagem, é também interpretado por Carpenter, da seguinte forma: “João expõe
aqui a confirmação moral da justiça da queda de Babilônia (Roma escatológica).
A moralidade universal será satisfeita. Todos os homens são reputados
moralmente responsáveis pelo que fazem e pelo que são. Assim fazem todos os
santos, na terra ou nos céus regozijando-se quando qualquer gigante da maldade
é derrubado”.
Ruína
completa (vs. 21-24).
E
um forte anjo... (v.21):
Note-se: A Babilônia eclesiástica será destruída pela Babilônia política (17.6)
para que o Anticristo tenha o domínio e receba toda a adoração (II Ts 2.3,4; Ap
13.150. Mas a própria cidade de Babilônia será destruída instantaneamente pela
mão de Deus, como Sodoma e Gomorra. Vide capítulo 16.19.
Teus
mercadores eram os grandes da terra (v.23): A lição de Babilônia comercial ensina-se que seja pecado
comprar e vender. Não; o fato de alguém negociar, em si mesmo, não é pecado.
Mas no comércio, em geral, liga-se pouca importância à igreja; Satanás é
somente uma idéia. A Bíblia não tem valor algum. A religião não ligam
importância. Não há consciência. O grande alvo daqueles que negociam é o de
ajuntar riquezas na terra. Os verdadeiros crentes não negociam como os que
habitam na terra, mas como peregrinos e forasteiros.
...tuas feitiçarias (v. 23): A Babilônia antiga era o centro da feitiçaria
(compare Daniel 2.2). Babilônia, no tempo do Anticristo, será o centro de
feitiçaria e espiritismo para enganar todas as nações.
O
sangue... de todos os que foram mortos na terra (v. 24): A destruição de Babilônia é a
resposta do clamor das almas dos mártires no contraste de apocalipse 6.9-11.
Capítulo
19
AS BODAS
DO CORDEIRO:
A BATALHA
DE ARMAGEDOM
Estão executados, sobre a terra, os
juízos dos selos, das trombetas e das taças. Está na hora de o Senhor findar
com o governo humano e inaugurar o Seu reino. As nações se amotinam; Satanás
está no zênite do seu poder. Os reis da terra ajuntam os exércitos para fazerem
guerra contra o Senhor Jesus Cristo (19.19), unidos em uma só causa e em um só
propósito, o de destronar o deus vivo e edificar o homem na terra!
Se o dia de ira em Armagedom é o mais
tremendo dos séculos, o casamento do Cordeiro é o mais abençoado e feliz de
todos os eventos desde a criação do mundo.
O
primeiro Aleluia (vs. 1,2).
Enquanto os habitantes de toda a terra
grandemente lamentam e pranteiam a queda de Babilônia (18.15-19). Os céus
rompem em volume de louvor ainda maior, quatro vezes repetido, sobre a queda
completa e final da prostituta.
Há quatros aleluias nos versículos 1 a
6. A palavra hebraica “aleluia” quer dizer: “Louvai ao Senhor”. Usa-se essa
palavra repetidas vezes nos Salmos; os cinco últimos (146-150) começam e findam
com essa palavra. Mas no Novo Testamento a palavra “aleluia” encontra-se
somente na presente passagem. É a mais
sublime aclamação de culto e adoração. Anselmo considerava-se como palavra
angelical; Agostinho dizia: “A palavra “aleluia” exprime o sentido que abrange
toda a bem-aventurança, ou estado bendito, do céu”.
O
segundo Aleluia (v. 3).
Não há nesse cântico de louvor um
espírito interesseiro e carnal de vingança. O
fumo dela (de Babilônia) sabe para
todo o sempre (compare Marcos 9.48), e os santos exultarão porque o castigo
eterno é inteiramente justo. É um sentimentalismo falso do mundo quando diz que
Deus é amor e não castigará o pecador.
O
terceiro Aleluia (v. 4).
Os vinte e quatro anciãos e as quatros
criaturas confirmam a adoração da vasta multidão, sobre o castigo eterno de
Babilônia, dizendo: “Amém, Aleluia!”
“Amém” quer dizer: “Que assim seja”.
O
quarto Aleluia (vs. 5-10).
Em seguida todos os seres nos céus são
convidados a participar na adoração. Ninguém é demasiado pequeno, nem demasiado
grande, para participar; assim pequenos
como grandes são chamados. Muito além de nossa compreensão é o volume dessa
adoração, maior do que do primeiro versículo: como que a voz de uma grande multidão e como que a voz de muitas águas,
e como que a voz de grandes trovões. Será a maior aclamação de todos os
séculos. Qual é a causa de todos os habitantes do céu ficarem comovidos. Pois já o Senhor... reina... vindas são as
bodas do Cordeiro. ...
A Igreja é representada como esposa ou
noiva do Senhor Jesus por causa do amor íntimo e ligação espiritual. A noiva
tem de cumprir quatro condições: (1) Ser desposada (prometida em casamento ). O
Noivo celestial quer ganhar o amor alma do pecador. Sem o pecador aceitar, ser
“desposado”, não pode haver o “casamento”. (2) A noiva deve ser leal. A noiva
verdadeira é sempre leal ao Noivo, apesar de todas as forças que querem
desviá-la de Cristo. (3) O crente deve gozar comunhão. Quando há amor entre os
dois noivos, as horas pareceram apenas minutos. Podemos julgar a nossa devoção
a Cristão pelo desejo de estar sozinhos em comunhão com Ele. (4) A noiva deve submeter-se.
“O marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja”
(Efésios 5.23). Sem tal obediência não pode haver casamento verdadeiro. Ou
Cristo é Senhor de tudo, ou Ele não é senhor de coisa alguma.
E
foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente (v. 8) Note-se o contraste entre o
traje verdadeiramente lindo da Noiva do Cordeiro e as vestes vistosas da
prostituta da Besta (17.4).
O
linho fino são os atos da justiça dos justos (v. 8): Estamos bem vestidos desses atos, como Dorca (Atos
9.39), ou estamos nus como os crentes em Laodicéia (3.17).
“Será um casamento suntuoso e glorioso!
Depois das Bodas, o Esposo levará a sua Esposa em uma viagem de núpcias, lua de
mel, de volta ao lugar antigo da Esposa, onde Ele mesmo foi aborrecido e
rejeitado, onde sofreu, dando Seu sangue para redimir a sua Esposa. Então Ele
estabelecerá seu reino no mundo onde reinará sobre as nações da terra, durante
um período de mil anos. E sua esposa, a Igreja reinará com Ele! Será uma lua de
mel de mil anos!” (Ap 20.4).
Vê-se, no versículo 10, como João foi
repreendido quando quis adorar o anjo que lhe mostrara uma das coisas mais
gloriosas de todos os séculos. O anjo era um dos convidados, como João, e
convinha que João fitasse os olhos no Cordeiro. Existe sempre a tentação de adorar ao pregador em
ver de adorar o Salvador que ele apresenta. O pregador fiel não procura nem
aceita tal adoração. O crente fiel não adora nem pregador, nem santo, nem
imagem, nem anjo, mas somente ao Cordeiro. Porque
o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (v. 10); isto é, o nosso
testemunho e pregação devem ter um só alvo somente o de glorificar a Jesus.
A
Batalha de Armagedom (vs. 11-21).
Logo após as Bodas do Cordeiro seguem
as cenas, nas quais finda o mundo (época atual). Não se menciona mais a Cristo
como Cordeiro, no tempo da batalha do Armagedom, mas sim como Guerreiro, pois
os três grandes inimigos de Deus, o Dragão, a Besta e o Falso Profeta
arregimentaram as nações do mundo contra seu Criador, para a “batalha do dia do
Deus Todo-poderoso” (c. 16.14). É então a pedra de Daniel 2.34,35 baterá na
imagem.
A
vinda de Cristo como Rei dos reis, e Senhor dos senhores (vs. 11-16).
Vi o céu aberto... (v.11): Abriu-se o céu quando o Filho
do homem foi cheio do Espírito, para começar o Seu ministério público na terra
(Mt 3.16; Atos 10.38)). Abriu-se novamente para o primeiro mártir da Igreja
contemplar o que o esperava na glória (Atos 7.55). Abriu-se, também, para o
regozijo do amado apóstolo, banido na desolada e solitária ilha de Patmos -
para iluminação da Igreja de Cristo através dos séculos (c. 4.1). Abri-se-á
outra vez para os habitantes da terra presenciarem a cavalaria celestial sair
para a última conquista da terra (19.11).
E
eis um cavalo branco... (v.11):
Cristo não vem essa vez manso e sentado num jumentinho, mas montando um cavalo
branco em verdadeira “entrada triunfal”. Note como em Lucas 19.28-44, apesar do
título “entrada triunfal”, dado à passagem pelos homens, o Salvador levantou a
voz em choro (vs.41-44). Sabia que entrara ali para ser rejeitado e
crucificado.
Chama-se
Fiel e Verdadeiro (v.11):
Em grande contraste com os grandes nomes, porém falsos, do Anticristo (13.1).
E
julga e peleja justiça (v.
11): É difícil encontrar uma causa que justifique a guerra entre as nações;
porém Cristo guerreira somente com justiça.
E
os seus olhos eram como chama de fogo (v. 12): Tem olhos para descobrir e consumir a injustiça.
E
sobre a sua cabeça havia muitos diademas (v. 12): Coroas, representando domínio supremo em todas as
ramificações da vida humana; na política, na literatura, no comércio, etc.,
etc. Ou são coroas de vitória; a sobre o pecado, sobre a morte, sobre seus
inimigos, etc., etc.
E
seguiram-se os exércitos no céu em cavalos brancos (v.14): Esses exércitos são dos santos
(17.14; Judas 14,15). Os que assistiam as Bodas do Cordeiro estão aqui e ainda
vestidos de linho finíssimo (v. 15).
Não se trata de Cristo chefiando Seus seguidos com “armas carnais”, como alguns
entendem. A batalha de Armagedom não é um conflito entre nações. Os homens
durante a última grande guerra julgaram que ela era a batalha de Armagedom. Mas
qualquer estudante das profecias deve ter melhor conhecimento. A guerra do
“grande dia”, não será de nações armadas uma contra outra, mas as hostes do
grande e último poder mundial unidas sob o Dragão, a Besta e o Falso Profeta,
para batalharem contra Deus.
O
ajuntamento das aves para a ceia do grande Deus (vs. 17,18).
Note o grande contraste entre esse
horrendíssimo banquete e o das Bodas do Cordeiro (v.9). Os homens na “ceia” das
aves recusavam a ceia do Cordeiro, porém, depois, não podiam recusar a das
aves. Mas não comem dessa ceia, ao contrário, eles mesmos são comidos.
Observe-se no versículo 18, como o anjo
repete: carne... carne... carne...
carne... carne... - cinco vezes Os homens da terra escolheram andar pela
carne, em vez de pelo espírito, e, então, a sua própria carne devia ser comida,
literalmente!
A
derrota do Anticristo e seus exércitos (vs. 19-21).
E
vi a besta, e os reis da terra... reunidos, para fazerem guerra àquele que
estava assentado sobre o cavalo e o seu exército (v. 19): Parece a princípio incrível de
se conceder que louca campanha esteja empreendida por seres humanos, numa
guerra contra Deus. Mas devemos levar em conta que a sua primeira intenção não
é a de atacar a Deus diretamente, mas destruir e opor-se a todos os Seus planos
e propósitos em referência à terra, extirpando dela o povo (Israel) de quem
dependem todos os concertos e planos de Deus para o governo do mundo e a
redenção da terra. Com pare o Salmo 2.
E
a besta... e com ela o falso profeta... foram lançados vivos no ardente lago de
fogo e enxofre (v.20):
Esses dois não foram mortos, como os demais. Parece que não podem morrer. Mas
são lançados vivos na prisão de fogo.
E
os demais (os
homens dos exércitos) foram mortos com a
espada que saía da boca (compare Atos 5.5,9,10; 13.11; 2 Ts 2.8) e todas as aves se fartavam das suas carnes (v.21).
Assim findará a maior e mais tremenda
batalha de todos os tempos, a de Armagedom.
Capítulo
20
O MILÊNIO
E O JUÍZO DO
TRONO
BRANCO
A vitória, na batalha de Armagedom
(19.11-21), não será completa apenas com a destruição dos exércitos das nações
e ao lançar o Anticristo e o Falso Profeta vivos no lago de fogo e enxofre.
Será necessário, também, prender Satanás, pois foi ele, realmente, que instigou
a rebelião que atingiu os céu como a terra.
Satanás
é amarrado e lançado no abismo (vs. 1-3).
Se alguém perguntar como se pode
amarrar um espírito com correntes de ferro ou metal, responderemos que Satanás
não será acorrentado com cadeias de ferro, nem de metal, mas com correntes de
fabrico divino. Assim como será muito real a espada que sairá da boca do Filho
de Deus, apesar de não ser de aço, assim será cem eficiente o que o anjo usará
para prender Satanás. Seria da qualidade usada para amarrar os espíritos e
prender os anjos. Vide Judas 6.
São quatro os nomes aqui, e no capítulo
12.9, de Satanás: “Dragão”. Esse é o termo que se refere à sua influência sobre
as soberanias da terra, as quais, nas Escrituras, estão representadas como
feras. O Dragão tem os características das bestas (feras), até o grau de
dominá-las. “A antiga serpente”: O antigo enganador dos anjos e dos homens
durante os seis anos desde o Éden. “Diabo”: A palavra quer dizer caluniador
(12.10; Jó 1.6), e mentiroso (João 8.44). “Satanás”: quer dizer o grande
adversário de Deus, de seu Filho e de todo o Seu povo.
No tempo da grande tribulação, a um
anjo de satanás foi dada uma chave para abrir o abismo e soltar os poderes do maligno (9.1,2); agora
um anjo de Deus prende Satanás ali. Não é o mesmo do lago de fogo (19.20; 20.10).
É a prisão dos espíritos maus (Lc 8.31), enquanto o lago é o eterno inferno. Os
primeiros a entrarem no inferno serão a Besta e o Falso Profeta (19.20), depois
será Satanás (20.10), e depois serão todos os iníquos (20.14,15).
É claro, também, que os iníquos do
juízo das nações (Mateus 25.31-46) serão ali, antes de começarem os mil anos.
Note-se que Satanás não será somente
amarrado, mas aprisionado (encerrado) no abismo o qual será fechado e selado
sobre ele. Será completamente banido da cena por mil anos.
O
reino milenário de Cristo (v. 4).
Encontra-se o termo mil anos (milênio)
seis vezes nos primeiros sete versículos do presente capítulo. Depois do “deus
deste mundo” ser destronizado, amarrado e preso no abismo, o verdadeiro Rei
será entronizado para reinar, junto com Seu povo, sobre o mundo inteiro por mil
anos.
Vi
tronos, e assentaram-se eles e foi-lhes dado poder para julgar. Quem são esses que se sentam sobre
tronos e reinaram com Cristo durante mil anos. O contexto mostra que são os do
exército de Cristo que veio com Ele dos céus abertos (19.14). São certamente
aqueles a quem foi prometido que estariam “para sempre com o Senhor” (I Tes.
4.16,17), que seriam glorificados juntamente com Ele (Rm 8.17), e apareceriam
com Ele em glória (Cl 3.4); que compartilhariam do Seu trono com Ele (Ap 3.21),
que seriam coroados (II Tm 4.8), que reinariam com Ele (II Tm 2.12) e regeriam
as nações com vara de ferro (Ap 2.26,27).
A sede de Seu reino na terra será
Jerusalém e a nação de Israel (Is 2.2-4; 4.2,3; Joel 3.17,20; Mq 4.2). Contudo,
Cristo e Seus santos, em corpos glorificados, reinarão na Nova Jerusalém.
Juntamente como Satanás e suas hostes dominam atualmente o mundo, sem ninguém o
perceber, assim Cristo e Seus santos reinarão durante mil anos.
O reino de Cristo abrangerá todo o
mundo e a prosperidade e a paz rodearão o globo e prevalecerão de pólo a pólo
(Is 9.6,7;11.9; Dn 7.13,14; Mq 4.1-4; Zc 8.3-29; 14.1-21).
Sejam o bendito alvo e o constante
anelo de nossas vidas, e de nossas orações, que “venho o Teu Reino”!
A
primeira ressurreição (vs. 5,6).
Há uma idéia entre o povo de Deus de
que a primeira ressurreição acontecerá ao mesmo tempo de uma ressurreição
geral. Mas aqui no Apocalipse (v. 5) declara que haverá um intervalo de mil
anos entre as duas: Outros mortos
reviveriam, até que os mil anos se acabassem. Não é somente no Apocalipse
que mostra um período de tempo entre as duas ressurreições. Vide Hebreus 11.35;
Filipenses 3.11; I Corintios 15.23; I Tessalonicenses 4.16; João 5.28,29; Lucas
14.14; Daniel 12.2 .
É claro também que haverá grupos dos da
primeira ressurreição. (1) a maior parte dos crentes ressuscitarão
imediatamente antes do arrebatamento prévio ao começar a Grande Tribulação (I
Ts 4.13-17). (2) Sete anos depois da ressurreição desse grupo ao terminar a
Grande Tribulação, ressuscitarão os que
foram degolados... (6.9-11), que não adoraram a besta... (c. 13), e viveram e reinaram com Cristo durante mil
anos (v. 4).
A
batalha de Gogue e Magogue (vs. 7-10).
O milênio não é o estado final. No fim
dos mil anos a terra estará cheia duma população que por muito tempo gozará
amplamente a luz da verdade. Porém esse povo terá de ser provado. Satanás, o
grande cirandeiro (Lc 22.31), será solto do abismo para cirandar os homens da
terra, separando-os para o último grande juízo. Incitará um espírito de
descontentamento e rebelião nas nações, simbolizadas pelos termos Gogue e
Magogue (vide Ezequiel 38). Haverá uma mudança tão grande, durante os mil anos,
que não podemos identificar agora essas nações com qualquer das nações atuais.
A grande loucura dessas nações findará de repente: desceu fogo do céu e os devorou.
Satanás será encerrado no abismo a
primeira vez, mas a segunda vez será lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta.
Note que, depois de mil anos, a Besta e o Falso Profeta ainda se acharão no lago de fogo. É um lugar os perdidos de dia e de noite serão atormentados para
todo o sempre.
Com o ato de lançar Satanás no lago de
fogo, findará toda a rebelião do povo da terra - findará todo o pecado e toda a
morte em nosso planeta.
O
grande juízo do Trono Branco (vs. 11-15).
Queremos considerar agora os outros mortos que
não reviveram, até que os mil anos se
acabaram (v. 5).
E
vi um trono branco (v.
11): João viu um trono semelhante ao do início dos grandes juízos que
precederam o milênio (4.2-6). O primeiro foi posto no céu; quanto ao segundo
não sabemos o lugar. Havia, no primeiro, um arco-íris, indicando que Deus
permaneceria fiel no cumprimento das promessas da aliança; o segundo está nu,
isto é, não oferece esperança, nem tem aliança para cumprir. Do primeiro
procediam relâmpagos, trovões e vozes, indicando juízos sobre a terra; do
último está escrito que era grande e
branco, que nos fala de poder ilimitado e de justiça, pura e completa.
É evidente que o grande juízo do Trono
Branco, não é mesmo do julgamento das nações (Mateus 25.31-46). O primeiro será
“Quando vier o Filho do homem na sua glória” (Mt 25.31; Cl 3.4; II Ts 1.10); o
segundo será depois do milênio. No primeiro não há ressurreição, mas no segundo
há. No primeiro as nações serão julgadas; no segundo serão “os mortos”.
De
cuja presença fugiu a terra e o céu... (v.11): A presença de Deus em juízo é terribilíssima, o
universo fugirá. Todos os ímpios, uma vez face a face com o Criador,
abandonarão sua temeridade. Lembra capitulo 6.15,16.
E
vi os mortos, grandes e pequenos (v. 12): Todos, desde o princípio, serão ressuscitados. Aqui
podem evitar os cultos e lugares onde se sente a presença de Deus, mas aí terão
de assistir. Terão de comparecer os grandes e os pequenos - Caim, Faraó,
Jezebel, etc., etc. Grande e vasto, além da concepção humana será esse concurso
de gente!
Foram
julgados... segundo as suas obras (v.12): Vide II
Coríntios 5.10; Tiago 2.24. Como é que seremos julgados, então, segundo as
nossas obras, quando somos salvos, pela fé. Romanos 4.3. As obras são a prova da fé que salva. Calvino
assim o explicou: “só a fé justifica, porém a fé que justifica não está só.”
E
a morte e o inferno (hades) foram lançados no lago de fogo (v. 14): Será o fim da morte, a garantia de ela nunca invadir a nova ordem do
c. 21.
Esta
é a segunda morte (v.14):
Vede 2.11; 21.8; 20.14. A morte não é o cessar de existir, mas sim a existência
fora do que Deus planejou. Vede por exemplo I Timóteo 5.6. Não era plano de
Deus que o homem existisse fora do corpo (a primeira morte), nem que existisse
fora da presença de Deus (a segunda morte, 21.8; 22.15). A segunda morte não
quer dizer que a pessoa morta não existe mais, como algumas seitas ensinam.
Isto é evidente porque a Besta e o Falso Profeta se acham ainda na segunda
morte depois de mil anos. Compare versículos 10 e 14 c. 19.20. Que a pessoa
fora do corpo (ou como se diz: “morta”) está cônscia (pode ouvir, etc.) é
claro, também, nas passagens como II Corintios 12.3,4. Que os mortos cessam de
existir é evidente em Romanos 5.8. Cristo, sendo Deus não pode cessar de
existir, contudo a passagem declara que morreu.
A segunda morte é tanto mais horrível
que a primeira, quanto o inferno é mais terrível que a morte física.
E
aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (v. 15): Todos os nomes que estiverem
escritos no livro, serão escritos ali antes desse dia. Nada consta que qualquer
nome será escrito no Livro da vida nesse dia. Diz. “Aquele que não foi achado
escrito...” É fato que nos comeve até as profundezas de nosso ser!
Capítulo
21
NOVO CÉU,
NOVA TERRA E A
NOVA
JERUSALÉM
Na visão final do Apocalipse, vêem-se
todas as coisas feitas novas (21.5). É a aurora do grande e eterno dia. Não
haverá mais conflitos, nem tribulação. A próxima paz do milênio foi corrompida
ao sair Satanás do abismo. Mas no tempo da última visão do Apocalipse, o Verbo
de Deus terá destroçado e completamente destruído os exércitos dos reis do
mundo inteiro e satanás, o Anticristo e o Falso Profeta serão encerrados para
sempre no lago de fogo. Haverá então doce e eterna paz porque o Príncipe da Paz
reinará pelos séculos dos séculos.
Todas
as coisas novas (vs. 1-8).
Haverá um novo céu e uma nova terra, não no sentido
de haver outro céu e outra terra, mas a nossa terra e os céus serão
feitos novos. Como se diz acerca do pecador salvo: “É uma nova criação; passou
o que era velho, eis que se fez novo” (II Co 5.17), assim se dirá de tudo: As
primeiras coisas são passadas... eis que faço novas todas as coisas (vs. 4,5).
João viu somente em visão ligeira a
glória da nova terra. Mas notemos algumas das coisas velhas que não haverá no
mundo transformado:
1) O
mar já não existe (v.1): Podemos imaginar como palpitava o coração do velho
apóstolo, preso e cercado pelo bravio mar Arquipélago, ao saber que não mais
haverá mar. O mar é símbolo de inquietação e rebelião (Is 57.20; Lc 21.35; Ap
17.15). Desaparecerão da terra não somente as águas incessantemente perturbadas
mas também o desassossego da humanidade.
2)
Não haverá mais morte (v. 4): O último inimigo dos homens a ser destruído
será a morte (I Co 15.26; Ap 20.14). Atualmente não existe lar em que não entre
a morte, nem cidade ou vila sem cemitério. Mas então não haverá nem enterros.
3) Não
haverá mais... pranto (v. 4): Agora as tristezas nos perseguem como uma
sombra. Os homens entram no mundo com choro, passam muito do tempo pranteando,
saem com gemidos. Porém naquele tempo o gozo será perfeito e completo; o dia da
eternidade não terá nuvem.
4)
Não haverá mais... dor (v. 4): A todas as dores dos homens nos desastres,
nos hospitais, nas guerras e nos leitos de morte temos de acrescentar as dores
dos inumeráveis animais do campo! Aqui no mundo os sofrimentos são permitidos
para nos purificar e nos humilhar. Mas a dor, a qual entrou com a queda no
Éden, não se conhecerá na nova terra.
5) Não haverá mais tímidos (v. 8): Todos os que se envergonham do Senhor e todos os
“medrosos”, em contraste aos vencedores (v. 7), serão removidos da terra e
lançados no lago que arde com fogo (v. 8), isto é, os “medrosos”, os que temem
mais ao próximo do que a Deus. Não haverá mais incrédulos (v. 8): Nenhum dos que alegam impedimentos para crer no
Evangelho, ficará na nova terra. Não haverá mais abomináveis (v.8). Ninguém contaminado das coisas detestáveis que
pertencem aos pagãos (comp. Jr 7.9,10) poderá ficar na nova terra. Não haverá
mais mentiroso. A nova terra será
purificada de todos os enganadores e
mentirosos de qualquer espécie. Convém-nos evitar sempre toda a palavra que não
seja verdadeira.
A
Nova Jerusalém (vs. 9-27).
Não haverá somente um novo céu e uma nova terra, mas haverá também uma nova cidade;
haverá a Nova Jerusalém em vez de velha Jerusalém. Como Deus levou a Moisés o
cume de Pisga para mostrar-lhe toda a terra da promissão (Dt 340, assim um dos sete
anjos que tinham as sete taças levou a João a um grande e alto monte para contemplar a nossa terra da
promissão, a grande cidade, a santa
Jerusalém, que de Deus descia do céu. Será uma cidade literal, “ que tem
fundamentos (Hb 11.10); não serão o céu, mas descerá do céu. Os crentes
verdadeiros não têm aqui cidade permanente, mas buscam a futura (Hb 13.14):
“desejam uma melhor, isto é, a celestial” (Hb 11.16). Vide, também João 14.2,3.
Note-se que João foi levado para ver a esposa, a mulher do Cordeiro (v. 9):
isto é, a grande cidade, a nova Jerusalém
(v. 10). É evidente, portanto, que é a esposa de Cristo (19.7), os crentes,
que vão morar na Nova Jerusalém.
A Nova Jerusalém terá a glória de Deus... luz semelhante a uma
pedra de jaspe, como cristal resplandecente (v.11): Não será enfumaçada
como as cidades da terra. Por causa dessa glória, o rosto de Moisés brilhou, Cristo, no monte de transfiguração,
“resplandeceu como o sol” e Saulo ficou cego.
E
Tinha ... doze portas (v.12):
São as portas que dão entrada à cidade. Sobre essas portas da Nova Jerusalém se
encontram escritos os nomes das doze
tribos (v.12), um símbolo do fato que “a salvação vem dos judeus” (João
4.22).
E
mediu a cidade... e o seu comprimento, largura e altura eram iguais (v.16): A Nova Jerusalém é uma cidade
do formato duma, talvez, em vez de ser um cubo.
Doze
mil estádios (v.16):
A medida da Nova Jerusalém é de 2.223 quilômetros em todos os três sentidos.
Podemos conceber uma cidade, no formato de pirâmide, com altura de 2.223
quilômetros, com base de quase cinco milhões de quilômetros quadrados e feita
de ouro puro, semelhante a vidro puro (v.18).
Nela
não vi templo (v.22):
A Nova Jerusalém será um lugar sublime, porque Cristo habitará ali. “Nela
estará o trono de Deus e do Cordeiro” (22.3). Grande parte da glória e fama de
qualquer cidade são os seus templos. Assim não será na Nova Jerusalém. Ali
haverá cultos que satisfarão a alma, cultos da mais perfeita adoração, estando
todos os olhares fitos no Senhor Deus Todo-poderoso
e o Cordeiro.
As
nações andarão à sua luz (v.24):
A Nova Jerusalém servirá para iluminar não somente os olhos do povo da nova
terra mas também a alma, com a luz de justiça e verdade, na vida social e
nacional.
Capítulo
22
A NOVA
JERUSALÉM
Os versículos 1 a 5 servem para concluir a descrição (21.9-27) da
“grande cidade, a santa Jerusalém”, que João viu, em visão, descer do céu.
A
visão é concluída (vs. 1-5).
O primeiro lar dos homens estava em um
jardim, à beira dum rio; no paraíso, o lar eterno, João viu um rio da água da vida, claro como cristal,
que procedia do trono de Deus e do Cordeiro (v. 1). É símbolo do Espírito
Santo enviado do céu. O trono de Deus é a fonte da qual mana, para todo o
sempre, o espírito para os corações dos remidos.
A
árvore da vida... são para a saúde das nações (v. 2): Mesmo no estado glorificado
para todo o sempre, o bem estar dos homens depende da comunhão constante com
Deus.
Nunca
mais haverá maldição (v.3).
Durante todas as longas épocas, depois da queda no Éden, os homens sofrem a
amargura do mal (Gn 3.11-19) e a criação geme (Rm 8.22). Na Nova Jerusalém,
porém, jamais entrará a maldição.
Os
seus servos o servirão (v.3):
Muitos crentes têm a idéia de que o céu é lugar onde não haverá coisa alguma
para fazer a não ser tocar harpas e onde todos andarão como espíritos despidos
do corpo. De fato, os salvos tocarão harpas e gozarão da música mais sublime.
Haverá, também, serviço aí, porque os
seus servos O servirão. Vede 7.15. Aquele que colocou o homem no primeiro
paraíso, com instrução sobre a obra de cultivá-lo e o guardar, certamente não
deixará o homem inativo e ocioso no segundo.
Ali
não haverá mais noite (v.5):
Aqui na terra os cansados aguardam o doce descanso da noite. Mas na Nova
Jerusalém não haverá fadiga; portanto, não há necessidade de descansar.
O
valor do livro do Apocalipse (vs. 6,7).
Que os relatos do Apocalipse são fiéis
e verdadeiros é afirmado três vezes repetidas (19.9; 21.5; 22.6). A Palavra
declara duas vezes que essas coisas em
breve hão de acontecer (22.6; 1.1). Dos 66 livros da Bíblia, parece não
haver outro que seja mais indispensável do que o Apocalipse: Bem-aventurado aquele que guarda as
palavras da profecia deste livro (1.3; 22.7).
João
está deslumbrado com a glória da visão (vs. 8,9).
Note-se que foi um dos redimidos da
terra, um profeta e conservo de João
(v.9), quem lhe mostrou essas coisas. Duas vezes João caiu aos seus pés
(19.10), para adorá-lo, e duas vezes foi reprovado. É claro que João não queria
pecar, mas a sabedoria e a inteligência do anjo, tanto como a sublimidade das
coisas que revelou eram tais, que o anjo lhe parecia divino. Se é pecado adorar
a tal anjo como podemos adorar a Virgem Maria, a quem nunca foi dado tal ofício
ou tal honra.
“Próximo
está o tempo” (vs. 10-15).
A Daniel foi ordenado que selasse as
revelações, porque só daqui a muitos dias
se cumprirá (Dn 8.26; 12.4,9). Mas no tempo de João receber as revelações
do Apocalipse era diferente; porque
próximo está o tempo (I Jo 2.18; Ap 1.3; 22.10).
Note-se como Cristo dá ênfase à sua
vinda, repetindo três vezes em um só capítulo: Presto venho (v. 7); Eis que cedo venho (v.12) e Certamente cedo
venho (v.20).
A
“assinatura” do Livro (v. 16).
O versículo 16 é a “assinatura” de
nosso Senhor Jesus Cristo da mensagem que escreveu e enviou às igrejas.
O
último apelo evangelístico (v. 17).
É o último convite na Bíblia para
pecador render-se a Cristo. Embora a última parte do versículo seja um apelo ao
pecador para que venha enquanto ainda
pode, o brado do Espírito e da Esposa: Vem,
é dirigido a Jesus Cristo. O Grande anelo do Espírito Santo e das
verdadeiras igrejas é que Ele venha.
A
admoestação final da Bíblia (vs. 18,19).
A última e solene admoestação das
Escrituras não é somente para os modernistas, materialistas, incrédulos e todos
que fazem como o rei Jeoaquim, que “cortou-o com um canivete de escrivão e
lançou-o no fogo” (Jr 36.22,23). Essa admoestação é também para todos quantos
desprezam o estudo do Apocalipse, os que descuidam ou que acrescentam
interpretações, sem base, às profecias do livro. Vede também Deuteronômio 4.2;
12.32.
A
mensagem final de Cristo (v. 20).
Não há promessa de Deus mais preciosa e
certa do que a última da Bíblia, a qual é reafirmada repetidamente. Conta-se a
história de certa moça, cujo noivo viajou à Terra Santa, prometendo, na volta,
casar-se com ela. Os amigos diziam à noiva que ele nunca mais voltaria. Mas
ela, confiando na palavra de seu amado, todas as noites acendia grande fogueira
na praia para servir como farol para orientar o navio de seu querido sobre o
bravio mar. Noite após noite permanecia ao lado da fogueira suplicando que
vento enchesse as velas do navio e apressasse a chegada daquele que lhe era
mais precioso que tudo, no mundo. Foi assim que, por fim, em uma noite no meio
do rugir da tempestade, chegou o navio e os dois corações uniram-se para não se
separarem mais.
Alguns dizem que o nosso Noivo, que
viajou à verdadeira Terra Santa, nunca voltará. Mas as Suas últimas palavras
para nós são estas: “Certamente cedo venho”. Na praia deste mundo de trevas
permanece fielmente a verdadeira Igreja, iluminada com o fogo do Espírito Santo
e sua alma suplicando: Ora vem, Senhor
Jesus! No meio do rugir da tempestade mais bravia, na noite mais escura,
aparecerá esse Querido para nos arrebatar, “e assim estaremos sempre com o
Senhor”.
A
Benção Final (v. 21).
“A
graça, de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém”.
João, o amado, findou sua última
epístola com o versículo que tão bem encerra o precioso cânon das Sagradas
Escrituras e que tem servido, através dos séculos, como uma das saudações mais
preciosas e cheias de sentido entre o povo de Deus:
A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo
seja com todos vós. Amém.
CONCLUSÃO
Concluo este estudo do Livro do
Apocalipse afirmando que, esta linha de interpretação adotada se baseiam em
deduções seguras, mesmos que haja outros pontos de vistas, mas eu
familiarizo-me com esta linhagem.
Quero fazer algumas recomendações
especiais ao estudante deste livro. É um estudo difícil, por não fazer parte da
experiência. O estudo feito no seminário é apenas uma breve introdução ao
assunto, não abordando toda a ampla matéria. Deve-se tomar cuidado com as
controvérsias, porque elas trazem no seu bojo pontos de vista extremos,
duvidosos e heréticos. Muitos deles são apenas conjecturas humanas,
inconsistentes, sem apoio Bíblico.
Após este estudo no livro do
Apocalipse, espero que, não só para mim, mas para todos quantos estudaram e
ainda estudarão, cada um possa estar mais perto de Deus, ganhando uma nova
consciência do que nos espera no futuro. Não há lugar para desespero, para
desânimo, para o abandono. Só há lugar para esperança, para o exercício do amor
em todas as suas dimensões. O interesse de João ao escrever esse livro era
tornar grandes conceitos doutrinários aos quais o povo de Deus estava
acostumado, como o Senhorio de Jesus, a soberania de Deus, a eternidade da
salvação, o conforto do Espírito, a vitória sobre o mal etc, uma realidade viva
e não apenas conceitos teóricos.
O Apocalipse no trás a revelação da
vitória do nosso Senhor Jesus Cristo sobre Satanás. Além de nos aproximar de
Deus, o Apocalipse deve levar-nos a um maior compromisso com a nossa fé. Não
podemos escapar de nossa responsabilidade como filho de Deus e é exatamente por
nossa causa que o fim ainda não chegou antes. Deus quer que ainda não pertencem
ao seu aprisco venham a entrar nele, pela porta que é Jesus.
A minha oração é que Jesus cumpra seus
propósitos e nos ajude, dando-nos sabedoria para entender os “sinais dos
tempos” e a perseverança necessária para passarmos todas as provações. Não
poderíamos arrumar um modo melhor de se despedir senão lhe dizer também
Maranatha!
Ora vem, SENHOR JESUS!
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICA
DE MELO, Joel
Leitão - Sombras, tipos e Mistérios
da Bíblia - 8a. Edição-97 - Editora CPAD - Rio de Janeiro -
RJ.
DA SILVA,
Severino Pedro - Apocalipse versículo
por versículo - 12a. Edição-97 - Editora CPAD - Rio de Janeiro
- RJ.
ERICKSON,
Miliard J. - Um Estudo do Milênio
- Opções contemporânea na escatologia
- 1a. Edição-82 - Editora VIDA NOVA - São Paulo - SP.
BOYER, Orlando
- Espada Cortante - volume 1
- 1a. Edição - Editora CPAD - Rio de Janeiro - RJ.
CARNEIRO,
Alberto Maciel - Apostilha - Doutrina das últimas coisas - 1a.
Edição-97 - Alvorada do Oeste - RO.
DOUGLAS, J. D.
- O Novo Dicionário da Bíblia - em 1
Volume - 2a. Edição-95 - Editora VIDA NOVA - São Paulo - SP.
REVISTA - Escola Bíblica Dominical 1992 - Pontos Salientes - 1a.
Edição-91 - Editora JUERP - Rio de
Janeiro - RJ.
ARAÚJO,
Rosivaldo de - O Grande Júri
- 1a. Edição abril de l996 - Editora LERBAN - Brasília - DF.
REVISTA - Estudos
Bíblicos Didaquê No. 43 - Estudo do Apocalipse - 1a. Edição
DIDAQUÊ - Belo Horizonte - MG.
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