terça-feira, 21 de setembro de 2010

A existência do trágico, o trágico da existência!

A existência do trágico, o trágico da existência!




O que é ou quem é o Ser humano? Qual seu valor para o mundo? Qual o seu significado para o universo?

Tirem a alma eterna do homem e ele será apenas um bicho como qualquer outro animal, sendo muito mais trágica sua existência devido a sua racionalização consciente de sua finitude e morte.
Olhem para o cachorro ou qualquer outro animal, e veja que eles são muito mais felizes do que qualquer um de nós, justamente por nada saberem e não saberem que nada sabem.

(A criança também é um grande exemplo disto, elas são os seres mais felizes do mundo, até o sete ou oito anos, que é a fase da descoberta, onde ela começa a se sentir sozinha, desamparada no universo e a se perguntar: Da onde eu vim? Quem sou eu? Por que estou aqui? E para onde vou?)

O homem descobriu com o passar do tempo que ele não é mais a medida de todas as coisas, sofrendo três duros golpes ao longo da historia humana.....o primeiro foi com Copérnico com sua descoberto de que a terra não é o centro do universo, sendo que ela é quem gira em torno do sol, depois Darwin com sua teoria da evolução desferiria o segundo e grande duro golpe na onipotência humana, e finalmente, Freud no século passado, com sua recém descoberto do inconsciente humano, tirando o homem de sua própria centralidade, mostrando que nós não conhecemos nem a nós mesmos, sendo cada Ser um Ser constituído de universos caóticos particulares e desconhecido.

A verdade também é que nossa falta como nossa não existência não faria como realmente não faz falta ao mundo, mesmo quando nós tentamos nos alto enganar dizendo que nossa vida faz sim, falta para nossos familiares e amigos, mas pense comigo: A vida também de seus familiares e amigos não fazem falta para o mundo, e, portanto, conseqüentemente, sua vida também continua não fazendo falta da mesma maneira ao mundo.

Outro drama de nossa existência é que nós inevitavelmente iremos todos morrer um dia, e junto de nossa morte, se perderá com ela as lembranças de que um dia existimos, pois mesmo que digamos que seremos lembrados pelas pessoas que nos amam, elas também irão morrer e com elas as lembranças de nós.

O que falar então dos nossos desejos, que se consumidos nos leva ao tédio, mas se não satisfeitos, nos levam a frustração?

Diante de todo esse cenário trágico da existência humana, a maior de todas as virtudes, sem duvida alguma é a coragem!
Coragem de Ser e continuar sendo, mesmo sabendo dos riscos, da insignificância e falta de sentido que tem em se viver, pois isso, a falta de sentido é que dará paradoxalmente, sentido mágico, belo e misterioso para nosso existir.

A coragem é que separa os heróis do resto da humanidade....aquele que consegue se levantar, erguendo se além do banal da existência, que olha no olho da tragédia do existir, e consegue mesmo assim, sorrir, dançar e cantar enquanto esta ao mesmo tempo caindo olhando para dentro do abismo, este é o herói que emerge mesmo na tragédia.

Portanto, se podemos dizer que existe uma chave para se viver a existência, ela é o equilíbrio entre a alegria não tão fantasiosa, e a tristeza não tão desesperadora, pois quanto menos ilusões tivermos na existência, mais digerível será as contingências da vida.

Gosto muito da idéia grega das Moiras que tecem o destino tanto dos homens quanto dos deuses, acho até que esse mito sintetiza perfeitamente a idéia do trágico da existência, pois justamente quem tece o destino de todos é cega.....e isto é a vida não é mesmo? Nua, crua e sem sentido algum.

Às vezes privilegia os fracos em detrimentos dos fortes, os maus em detrimento dos bons, e assim por diante, por isso que a idéia do trágico corrói aniquilando toda e qualquer utopia, pois no final das contas, não importa como você viva, o que você faça, pois tudo acabará no nada da existência....portanto, a vida pela própria vida e não uma idéia abstrata perfeita de como viver a vida que nós devemos viver, pois a vida.....ah, a vida é a vida tal como ela é!


Por: Marcio Alves

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