Xamã é um líder espiritual com funções e
poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa que tem a capacidade de,
por meio de êxtase, manter contato com o universo sobrenatural e com as forças
da natureza.
Entre os evangélicos não existem nenhum individuo
com este título. Mas ao considerarmos a forma como os líderes deste movimento
tem se comportado e o que eles têm praticado, me parece óbvio que estamos
diante de um xamanismo evangélico primitivo.
Atualmente, dificilmente você vai ao culto
evangélico sem presenciar uma liturgia de natureza ritualística. Passo a passo
os fiéis vão caminhando na cartilha do ritual do novo “Xamã”.
Também se verifica uma natureza mágica nos
ajuntamentos. A magia dos cultos se ver claramente numa espécie de “simpatia” evangélica
muito comum entre este grupo. Vemos isso no simples “coloque a mão no coração”,
ou o “levante a sua mão direita”, (e a esquerda não vale?!), a fita do
compromisso de oração; as campanhas de Sete dias; a ida lá na frente (a
divindade não abençoa lá atrás?!), sem falar das demais aberrações que não
quero repetir aqui.
Existe uma busca desenfreada pelo êxtase
entre os evangélicos. Todos querem entrar em transe. Todos querem inalar o
“ópio” do frenesi do domingo à noite. O líder religioso que não tem o poder de
ao simples levantar da mão ou à voz de seu comando fazer a platéia cair ao
chão, sapatear, chorar, rir ou ter um ataque de esquisitice, não é um poderoso
Xamã. Existe certa forma de medir qual destes líderes está mais em contato com
o sobrenatural, quem controla mais a divindade. Aqueles cuja reunião não
consegue manter contato com o sobrenatural e trazer uma demonstração de domínio
no mundo espiritual estão sem “ibope” no meio evangélico. Não é a toa que suas
igrejas estão se esvaziando.
A Igreja Evangélica brasileira está em suas
reuniões fazendo de tudo, através de seus Xamãs, para tentar manter contato com
o sobrenatural e com as forças da natureza. Não é por menos que temos tantos
elementos da natureza presente em suas reuniões. Água, Terra, Fogo (pelo menos
nas músicas e nas palavras dos pregadores é a o mais pedido), e o Vento (o
“sopro da unção” pelo microfone é repetido constantemente), como demonstração
de poder. Magia, magia. Nada mais que magia.
O Xamã também é uma espécie de sacerdote,
curandeiro, conselheiro e adivinho. Observe que os líderes não são outra coisa
entre eles. Eles são os que fazem ligação do individuo com Deus. Esta prática é
vista na chamada “cobertura espiritual”. Estão dependentes de um que o “leve a
Deus”. Foi-se o tempo em que o cristão evangélico podia chegar-se a Deus
unicamente por Cristo. Agora não. Sem o Xamã, nada podeis fazer!
Os fiéis procuram o líder para por sobre
ele a responsabilidade da cura. Alguns “Xamãs” em sua arrogância ordena que
jogue remédios fora, ou pare de usar remédios de uso contínuo. O Conselheiro dá
‘pitaco’ em todas as áreas da vida do fiel. Do namoro ao negócio. E aí daquele
que desobeder o conselho do Xamã!
Ele também é uma espécie de ‘adivinho’. O
dom de revelação ou de profecia que é dado a alguém como manifestação soberana
do Espírito, é incorporado automaticamente nos novos Xamãs. Usam e abusam das ‘profecias’
e das revelações das ‘probabilidades’.
Diante de tudo isso que diremos? Nada.
Apenas, que a Igreja Evangélica Brasileira agoniza e celebra com estas e outras
coisas, o cortejo fúnebre daquela que já foi paladina do Evangelho genuíno de
Jesus Cristo.
Pedro Rocha
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