Deus está morto! (uma morte lenta, cruel e dolorosa)
Não se surpreendam com minha afirmação. Nietzsche disse isto com muita sabedoria, e
foi duramente criticado e muito mal interpretado. Antes de expor o porque de
ter eu feito tal constatação e afirmação vamos tentar entender um pouco do que
Nietzsche disse:
“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou
fomos nós!”
Entendê-la literalmente, como se Deus pudesse estar
fisicamente morto, ou como se fosse uma referência à morte de Jesus Cristo na
cruz, ou ainda como uma simples declaração de ateísmo são ideias oriundas de
uma análise descontextualizada da frase, que se acha profundamente enraizada na
obra de Nietzsche.
A frase não é nem uma exaltação nem uma lamentação, mas uma
constatação a partir da qual Nietzsche traçará o seu projeto filosófico de
superar Deus e as dicotomias assentes em preconceitos metafísicos que julgam o
nosso mundo — na opinião do filósofo, o único existente — a partir de um outro
mundo superior e além deste. A morte de Deus metaforiza o fato de os homens não
mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os
levaria a uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à descrença em
quaisquer valores. Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um
sintoma de decadência associada ao fato de ainda mantermos uma
"sombra", um trono vazio, um lugar reservado ao princípio
transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. Para isso ele
procurou, com o seu projecto da "transmutação dos valores",
reformular os fundamentos dos valores humanos em bases, segundo ele, mais
profundas do que as crenças do cristianismo.
Segundo ele, quando o cheiro do cadáver se tornasse
inegável, o relativismo, a negação de qualquer valoração, tomaria conta da
cultura. Seria tarefa dos verdadeiros filósofos estabelecer novos valores em
bases naturais e iminentes, evitando que isso aconteça. Assim, a morte de Deus
abriria caminho para novas possibilidades humanas. Os homens, não mais
procurando vislumbrar uma realidade sobrenatural, poderiam começar a reconhecer
o valor deste mundo. Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados ídolos
do passado e assumir sua liberdade, tornando-nos eles mesmos deuses. Esse mar
aberto de possibilidades seria uma tal responsabilidade que, acreditava
Nietzsche, muitos não estariam dispostos a enfrentá-lo. A maioria continuaria a
necessitar de regras e de autoridades dizendo o que fazer, como julgar e como
ler-o-mundo. (Ref. P. Rocha)
Agora vou tentar explicar meu ponto de vista; minha constatação.
Deus está morto! Pois a igreja (com toda
sua pluralidade de denominações) e a religião que, como seus dogmas, o prenderam
dentro das páginas de um livro, fazendo-o adoecer.
Deus está morto! Desde a tão louvada e
aclamada reforma protestante (que nada reformou), a tinta e o papel lhe
causaram uma intoxicação alérgica e como estava preso há alguns séculos, sua
saúde debilitada quase não suportou passar pela reforma protestante.
Deus está morto! Pois não suportou a
“força” das orações dos poderosos e poderosas senhores e senhoras da fé,
pastores, bispos e os temíveis (até por Ele) apóstolos, que com suas orações e
suplicas e determinações, torciam o já debilitado braço do ex-todo poderoso.
Lesões e fraturas tornaram-se comuns, e como tinha que curar, e passar nos mais
diversos concursos públicos, vestibulares, presentear com bens matérias a seus
filhos, fieis dizimistas, não tinha sequer tempo de se auto curar.
Deus está morto! Pois todos conclamam
para si o direito de posse sobre o “deus” verdadeiro, mas sequer sabem de fato
ouvir sua frágil e debilitada voz que diz: liberte-me filho, das páginas deste
livro, pois minha palavra é viva e vocês estão matando-me e de fato não me
conhecem e não conhecem minha Palavra.
Deus está morto! Pela hermenêutica falha
e exegese torta, oriundas das mais diversas escolas de teologias[sic] em que
não há lugar para a razão e ciência, antes, prevalece-se a cegueira da fé e as
interpretações hora preconceituosas, hora cheias de ódio e rancor. Sequer levam
em conta que, toda ideia de uma hermenêutica certa é falha porque despreza a
subjetividade de quem interpreta.
Deus está morto! E permanecerá morto,
pois enquanto não pararmos de ouvir nosso próprio ego, abrirmos mão de nossos
preconceitos e até conceitos, não conseguiremos jamais ouvir sua voz. Não
conseguiremos jamais interpretar sua palavra, que é viva e eficaz.
Procure ver Deus além das paginas dos livros de teologia,
fora dos templos e fora da religião, tente encontrar a Deus fora das páginas de
sua bíblia. Procure Deus fora da caixa, pois só assim encontrarás o Deus vivo!
Ouse…
Pense nisto…
Anderson
e Anja_Arcanja
Sola
gratia
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