Se a pessoa é
atéia ou crê em Deus, isso não importa, o que importa é se ela tem bom coração,
se ela é uma pessoa boa. Até a pessoa dita mais cheia de fé algum dia pode se
deparar com o vazio existencial, a vida sem sentido, e isso não é culpa dela e
nem de ninguém, e nem de seus projetos. Madre Teresa no fim de sua vida
descobriu que já não tinha fé em Deus, mas isso não tira os méritos que ela
ganhou com sua dedicação a vida inteira ao seu próximo. Anne Rice, escritora e
cética convicta, viu seu mundo construido se abalar e ruir quando passou pela
experiência do falecimento de seu irmão amado, o que a levou a repensar o valor
da existência e ressignificar os projetos de sua vida, ela começou então a crer
numa transcendência fora o que pode se ver. Pessoas com fé podem se sentir
agradecidos por ela, pessoas sem fé podem se sentir gratificados sem ela, para
ambos, vale lembrar que tanto o sentido da religião para os que crêem como o da
vida para os que não crêem está no próximo, o que pode ser visto, o colega que
está no mesmo barco, o verdadeiro humanismo que estreita as relações entre as
pessoas. O importante é termos essa sensibilidade de que nossa vida tem relação
com "o outro" e sem essa relação seriamos menos do que somos e sem
significado, então, compreensão e ser sensível com o ser humano e suas nuances
urge, não nos voltemos contra o nosso próximo que está no mesmo caminho, seja
fanático, seja ateu, seja presidiário, seja prostituta, etc. Cada um tem o seu
quinhão nesta vida e nesta terra, alguns mais felizes outros menos felizes mas
igualmente importantes na rede da vida social e holística e, conhecendo a
práxis de Jesus como a conheço, ele não estava muito longe de um pensamento
assim, convergente e harmonioso com base na vida e na dignidade humana. Nos
amemos enquanto há tempo, porque muitos já não tem tempo por perderem tempo.
É hora de
estreitar os laços.
Paz perene.
Pastor Victor Orellana
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