By Roger
Via Teologia Livre
A maioria das pessoas sensatas
que conheço conseguem conviver bem com as duas realidades: livre
arbítrio xpresciência divina, sem o versus no meio.
Já, as poucas pessoas sensatas
que conheço conseguem
perceber que ambos os termos são exageros etimológicos. Primeiro,
porque toda destinação só pode ser “pré”: Não há como darmos um destino para
algo a não ser de antemão. Segundo, porque todo arbítrio é livre: Se não for
livre não é arbítrio, não é escolha, é imposição.
Se reduzirmos esse antigo embate
teológico aos termos “destinação” e “escolha”, veremos que no fundo ele se
resume a uma só palavra: “vontade”. Vontade tem, no seu sentido ativo,
tudo a ver com futuro.
Daí a conseqüência lógica de, uma
vez havendo o exercício da vontade e havendo
conseqüências futuras, averiguarmos as
"responsabilidades", pelo lado humano ou divino (que como todos sabem
deveria ser onisciente).
Eis a relevância do post de
Clóvis Onisciência e
responsabilidade extraído de um tal de Carl Henry.
Antes de estragar esse lindo
debate com minha estranha posição ou estranhas citações me reportarei àquilo
que Jesus disse sobre o assunto enquanto andou por essas bandas em carne e
osso. O problema é que Ele põe fim à discussão. Tudo começou quando alguém lhe
perguntou quem era o seu próximo e ele contou uma historinha que ficou
conhecida como parábola do bom samaritano, antes disso ele já havia dito no
versículo 21:
"Eu te louvo, Pai, Senhor do
céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as
revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado."
A historia foi mais ou menos
assim:
"Um homem descia de
Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram
as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.
Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote (que era arminiano). Quando viu o homem, passou pelo outro lado. (pois pensou, se ele está assim foi fruto de sua própria escolha – deveria ter-se previnido ou escolhido um caminho mais seguro - ou da escolha de alguns bandidos, em última análise, é um problema social que vivemos é culpa dessa tirania de Roma e eu não tenho nada a ver com isso, não é "minha" responsabilidade.)
E assim também um levita (que era calvinista); quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. (pois pensou, se ele está assim foi fruto do plano de Deus – deve estar sendo punido - ou Deus usará essa situação para punir os assaltantes, quem sabe até tudo não resultará no bem desse pobre coitado, afinal só podemos enxergar esse lado feio do tapete e eu como eleito prefiro permanecer do lado bonitinho).
Mas um samaritano (que não sacava nada de teologia); estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele
Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: 'Cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver'. (pois pensou, porque ele está assim eu não sei… mas poso fazer disso um plano de Deus para mim, e da minha escolha o plano de Deus pra ele).
Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote (que era arminiano). Quando viu o homem, passou pelo outro lado. (pois pensou, se ele está assim foi fruto de sua própria escolha – deveria ter-se previnido ou escolhido um caminho mais seguro - ou da escolha de alguns bandidos, em última análise, é um problema social que vivemos é culpa dessa tirania de Roma e eu não tenho nada a ver com isso, não é "minha" responsabilidade.)
E assim também um levita (que era calvinista); quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. (pois pensou, se ele está assim foi fruto do plano de Deus – deve estar sendo punido - ou Deus usará essa situação para punir os assaltantes, quem sabe até tudo não resultará no bem desse pobre coitado, afinal só podemos enxergar esse lado feio do tapete e eu como eleito prefiro permanecer do lado bonitinho).
Mas um samaritano (que não sacava nada de teologia); estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele
Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele.
No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: 'Cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver'. (pois pensou, porque ele está assim eu não sei… mas poso fazer disso um plano de Deus para mim, e da minha escolha o plano de Deus pra ele).
Jesus sempre que não dá ponto sem
nó e nunca deixou o tapete ao avesso. Pergunta e responde:
"Qual destes três você acha
que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos
assaltantes?"
"Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
"Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo".
A Parábola do bom samaritano põe
fim ao debate, arminianismo x calvinismo. No fundo podemos trocar a bel prazer
as correntes, católico x protestantes, católicos x ortodoxos, pentecostais x
tradicionais e assim por diante. E
assim, ele põe fim a todo debate teológico.
Resta-nos então lembrarmos o
propósito maior daquela parábola que é mostrar-nos quem é o nosso próximo. Está
claro: Aquele que tem misericórdia de nós (que ironicamente não é um arminiano e nem um
calvinista).
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