Fugindo do farisaísmo
Ricardo Gondim
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês
dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os
preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade.
Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Guias de cegos! Vocês
coam um mosquito e engolem um camelo”. (Mateus 23.23)
Muitas vezes nos tornamos tão obcecados com os detalhes que
perdemos de vista o todo. Entre os muitos problemas que o farisaísmo enfrentava
nos dias de Cristo, perderam a noção do porquê do serviço a Deus. Aonde
queremos chegar com as nossas práticas religiosas? Qual o sentido disso tudo?
Seriam algumas perguntas que eles poderiam fazer, para não permitirem que a
religião se tornasse tão sem propósito.
Esse mal continua rondando os religiosos. Eles vão se
especializando em pequenos detalhes, os pormenores vão exigindo mais e mais
tempo até que chega um ponto em que o rumo torna-se obscuro. Quando se perde o
nexo, as cerimônias transformam-se em cerimonialismo, as leis em legalismo, as
tradições em tradicionalismo. O ambiente religioso torna-se asfixiante e os
meios mais importantes que os fins.
O fim de tudo o que se faz na igreja deve levar as pessoas a
amarem a Deus. As organizações religiosas, os sistemas institucionais e toda
ambiência comunitária não podem deixar de facilitar nossa intimidade com Ele.
As igrejas devem ser lugar de águas para os que têm sede de Deus; lugar de pão
para os que estão com fome espiritual; lugar de misericórdia para os que carregam
culpas; lugar de afetos para os que se sentem órfãos; lugar de cuidado para os
que se sentem ovelhas necessitando de pastor. Só se alcança esse objetivo
amando a Deus e só assim fugimos do farisaísmo e nos tornamos expressão do seu
amor.
Soli Deo Gloria
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