Meu Deus! Mas que calor infernal é este? Eu já não estou mais agüentando. Se ao menos pudesse pelo menos uma vez, por alguns segundos, sentir o refrescar da água geladinha em meu corpo. Beber um gole de água gelado? É o meu maior sonho e desejo.
Quanto tempo será que faz desde que eu cheguei aqui? Mil? Dez mil? Ou cem mil anos? Não sei, nunca saberei, mas o que importa mesmo saber sobre o tempo, pois o que é a contagem dos anos, meses e dias, horas e segundos, comparados com a eternidade?
Nossa! Só de pensar me dá uma angustia sem fim.
O pior de tudo é que aqui não tem pessoas normais para conversar, mas apenas os piores assassinos e estupradores de toda humanidade.
Mas acho que pior do que estas companhias é mesmo a total solidão eterna, mas confesso que até agora eu não consegui conversar com alguns deles, pois eu sinto o calor dos seus ódios, vejo terror e sangue em seus olhos.
Mas o que adiantaria conversar, se eu sinto uma dor ininterrupta, um calor imenso me queimar? Demônios por toda parte se revezam com seus tormentos, não me deixam em paz.
Os gritos, gemidos e choros não param por aqui, todos nós que fomos lançados pelo soberano neste inferno, não suportamos de tanto sofrimento, pois aqui “o fogo nunca apaga e o bicho nunca morre”.
Por falar em Deus, tenho ódio e medo dele, pois me lembro que quando sofri parada cardiorrespiratória e morri, fui levado até o trono Dele, contemplei sua face de ira, e minha culpa foi de não ter aceitado Jesus como salvador, não ter virado crente e passado a ser membro de uma igreja, não ter abraçado a “reta doutrina” com seus dogmas.
Então perguntei a Ele, se era justo eu ser lançado no fogo do inferno com os maiores monstros da humanidade, sendo que fui uma pessoa até boa em vida, ajudei meu próximo na medida do possível, claro, cometi alguns erros, mas até ai, tudo bem, porque quem é que não erra, não é mesmo?
Mas ele me disse que tinha que ser assim, porque afinal das contas, eu não tinha me tornado crente e aceito Jesus.
Então eu perguntei atônito para Ele que a questão toda não era os crimes cometidos, ou as justiças praticadas, mas sim, apenas aceitar ou não Jesus, e Ele balançou afirmativamente a cabeça.
Mas eu ainda repliquei dizendo que se Jesus era mesmo o único caminho para ser salvo, porque o onisciente, aquele que sabe de todas as coisas não resolveu mandar ele em pleno século da alta tecnologia, pois assim todas as televisões do mundo e demais veículos de informação, noticiariam a vinda de Jesus, e conseqüentemente mais pessoas saberiam, e não teriam assim bilhões sem ao menos ouvir o nome dele.
Ou então, não enviasse, pois se assim fosse, ninguém precisaria ter que saber sobre ele e nem muito menos acreditar nele, conseqüentemente ninguém seria culpado.
Mas Ele nada me respondeu.
Então eu continue dizendo uma ultima coisa:
“Se você realmente nós ama, porque então criou o inferno? Se você nos condenasse a alguns anos no mesmo, talvez se relativizasse a condenação, sendo mais justo ao determinar que a vida de cada um fosse o que determinaria sua própria quantidade de anos no inferno, mas não, decidiu que seria por toda eternidade.... onde estas sua justiça?”
Então sem mais nenhuma palavra, bateu o martelo condenando-me ao inferno por toda eternidade.
E agora, resta-me o desespero eterno, como também a sede por justiça, mas afinal, que sou eu mesmo para discutir se Ele é o todo-poderoso?
Quando de repente.....
Tocou o despertador e eu acordei encharcado de suor, com a bíblia aberta em cima de mim, justamente na pagina que falava do juízo final. Então sem hesitar, peguei o livro rasguei todo e jogue no lixo, e decidi que dali em diante, eu não leria mais aquelas porcarias, e passaria a ler muito mais poesias, poemas, romances e literaturas, pois minha alma rejeitou completamente o Deus juiz cristão.
Por Marcio Alves
Quanto tempo será que faz desde que eu cheguei aqui? Mil? Dez mil? Ou cem mil anos? Não sei, nunca saberei, mas o que importa mesmo saber sobre o tempo, pois o que é a contagem dos anos, meses e dias, horas e segundos, comparados com a eternidade?
Nossa! Só de pensar me dá uma angustia sem fim.
O pior de tudo é que aqui não tem pessoas normais para conversar, mas apenas os piores assassinos e estupradores de toda humanidade.
Mas acho que pior do que estas companhias é mesmo a total solidão eterna, mas confesso que até agora eu não consegui conversar com alguns deles, pois eu sinto o calor dos seus ódios, vejo terror e sangue em seus olhos.
Mas o que adiantaria conversar, se eu sinto uma dor ininterrupta, um calor imenso me queimar? Demônios por toda parte se revezam com seus tormentos, não me deixam em paz.
Os gritos, gemidos e choros não param por aqui, todos nós que fomos lançados pelo soberano neste inferno, não suportamos de tanto sofrimento, pois aqui “o fogo nunca apaga e o bicho nunca morre”.
Por falar em Deus, tenho ódio e medo dele, pois me lembro que quando sofri parada cardiorrespiratória e morri, fui levado até o trono Dele, contemplei sua face de ira, e minha culpa foi de não ter aceitado Jesus como salvador, não ter virado crente e passado a ser membro de uma igreja, não ter abraçado a “reta doutrina” com seus dogmas.
Então perguntei a Ele, se era justo eu ser lançado no fogo do inferno com os maiores monstros da humanidade, sendo que fui uma pessoa até boa em vida, ajudei meu próximo na medida do possível, claro, cometi alguns erros, mas até ai, tudo bem, porque quem é que não erra, não é mesmo?
Mas ele me disse que tinha que ser assim, porque afinal das contas, eu não tinha me tornado crente e aceito Jesus.
Então eu perguntei atônito para Ele que a questão toda não era os crimes cometidos, ou as justiças praticadas, mas sim, apenas aceitar ou não Jesus, e Ele balançou afirmativamente a cabeça.
Mas eu ainda repliquei dizendo que se Jesus era mesmo o único caminho para ser salvo, porque o onisciente, aquele que sabe de todas as coisas não resolveu mandar ele em pleno século da alta tecnologia, pois assim todas as televisões do mundo e demais veículos de informação, noticiariam a vinda de Jesus, e conseqüentemente mais pessoas saberiam, e não teriam assim bilhões sem ao menos ouvir o nome dele.
Ou então, não enviasse, pois se assim fosse, ninguém precisaria ter que saber sobre ele e nem muito menos acreditar nele, conseqüentemente ninguém seria culpado.
Mas Ele nada me respondeu.
Então eu continue dizendo uma ultima coisa:
“Se você realmente nós ama, porque então criou o inferno? Se você nos condenasse a alguns anos no mesmo, talvez se relativizasse a condenação, sendo mais justo ao determinar que a vida de cada um fosse o que determinaria sua própria quantidade de anos no inferno, mas não, decidiu que seria por toda eternidade.... onde estas sua justiça?”
Então sem mais nenhuma palavra, bateu o martelo condenando-me ao inferno por toda eternidade.
E agora, resta-me o desespero eterno, como também a sede por justiça, mas afinal, que sou eu mesmo para discutir se Ele é o todo-poderoso?
Quando de repente.....
Tocou o despertador e eu acordei encharcado de suor, com a bíblia aberta em cima de mim, justamente na pagina que falava do juízo final. Então sem hesitar, peguei o livro rasguei todo e jogue no lixo, e decidi que dali em diante, eu não leria mais aquelas porcarias, e passaria a ler muito mais poesias, poemas, romances e literaturas, pois minha alma rejeitou completamente o Deus juiz cristão.
Por Marcio Alves