Noite insólita, nem quente nem
fria...
E a fumaça de meu cigarro
traz-me ela,
A insônia... a cada trago sinto
seu beijo
A cada beijo sou tragado...
Convidas-me para contigo
dançar?
Eu vou, e juntos, dançamos e
Fumamos e bebemos e brindamos!
E a noite sem lua, sem brilho,
sem chuva,
Consagra-me teu manto para que
com ele,
Eu possa , em véu, roçar tua
nudez.
No manto que te vela, meu
ósculo;
E a nudez que a mim revelas, eu
toco;
E a noite que nos cobre com
manto, oro.
Sobra o copo quase vazio,
As cinzas em uma, no borralho.
E antes de ir-me, mas dois
tragos,
Mas dois goles, para mim e para
ti e,
À noite, boa noite!
Foi boa a noite...
Anderson L. de Souza